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O Ensino da Empatia no Âmbito Escolar
Mariéli Silva Miranda
Estamos vivendo em pleno século XXI, onde nosso cotidiano é marcado por constantes transformações e inovações tecnológicas que têm influenciado direta ou indiretamente na formação do sujeito e sua atuação na sociedade. No entanto, esta vida moderna vêm revolucionando muitos dos nossos hábitos e dando lugar à construção de novos conceitos e formas de sobrevivência.
Desta forma, não se pode negar que a tecnologia ocasionou um grande avanço para a humanidade, pois possibilitou uma vida tanto mais prática e segura. Por outro lado, quando esta é usada de forma inadequada pode se tornar uma grande ameaça para as futuras gerações.
Nos dias atuais, o acesso à informação inicia desde a mais tenra idade e perdura ao longo da vida, constituindo a infância em uma fase marcada pela ansiedade, estresse, irritação, pensamento acelerado, isolamento, desinteresse, dentre outros. Tudo isto está refletindo no ambiente familiar, social e escolar, pois as crianças estão perdendo o encantamento e a prática dos valores que são essenciais à nossa existência.
Estamos diante de gerações cada vez mais agitadas e egocêntricas que, na maioria das vezes, não conseguem entender seus próprios anseios e aflições e sequer os dos outros, ocasionando assim muitos atritos e estranhamentos. Nos âmbitos escolares, é comum percebermos estudantes desmotivados em suas aprendizagens, com baixos rendimentos e dificuldades de integração na coletividade.
Estes, quando contrariados reagem de forma negativa e por vezes agressiva, tornando a convivência conflituosa e maçante. Neste contexto, cabe a nós educadores a complexa tarefa de buscar inovações para reinventarmos nossa prática educativa, de modo a engajar este público que têm se tornando muito exigente e desafiador.
É aí que destaco a importância do ensino da empatia nos espaços educativos, uma vez que ela pressupõe o desenvolvimento da percepção da condição ou estado de outra pessoa, através da apropriação de seus sentimentos e anseios para melhor compreende – la. Para tal, faz – se necessário idealizarmos nas mesmas circunstâncias em que outro se encontra, pois só assim passaremos a entender suas ações e reações.
Tal capacidade pode ser desenvolvida de forma prazerosa e divertida, através dos jogos e brincadeiras que compõem o ensino lúdico. Esta proposta de ensino possibilita um aprendizado muito dinâmico e eficaz, permitindo os educandos expressarem - se naturalmente em situações que se assemelham ao seu cotidiano e, posteriormente, estruturando suas capacidades mentais para apropriar – se dos conhecimentos sistemáticos e aplica – los na realidade.
No entanto, é de suma importância que a empatia seja ensinada ao longo da existência humana e não somente em etapas específicas de escolaridade, dado que, ao incentivarmos um indivíduo a perceber o outro, possibilitaremos – lhe a construção de uma visão profunda sobre o mundo que o cerca e a consciência de suas capacidades para transformá -lo.
A cada situação cotidiana podemos ir aprimorando nossas habilidades socioemocionais e formando sujeitos críticos, reflexivos e compreensivos na sua individualidade como também na totalidade. Portanto, que possamos não só ensinar como também aprender que a evoluímos na medida em que nos compreendermos como seres sensíveis que necessitamos uns dos outros para nossa existência ter sentido.
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