Uma vez eu ouvi de um político da segunda divisão (era suplente de vereador de um pequeno município), uma definição que eu achei muito interessante. Ele me disse que o político faz de tudo para manter o caos e a bagunça, pois é a melhor coisa do mundo para eles.
Eu fiquei impressionado com aquela afirmação, mas ele nem esperou saber de mim se eu concordava ou se sequer tinha entendido o que ele queria dizer, e continuou a discorrer sua tese.
Ele disse que numa situação em que tudo funciona perfeitamente, não é possível se fazer os famosos “pequenos favores”, a torre de petróleo no quintal, para um político que quer se reeleger.
Se o poder público deixa bem limpa a cidade, ele não pode ir lá na tua rua e limpar especialmente para ti, que pode vir a ser cabo eleitoral dele.
Se o sistema de saúde funciona bem, ele não pode te passar a frente nas filas, porque elas não existem.
O caos e a bagunça, também são parceiros da prestação de contas, uma vez que quanto mais obscuros forem os procedimentos e os registros, mais difíceis ficam as cobranças com relação aos desvios.
Ele não vê vantagens em sua pasta funcionar como um relógio, com todos os procedimentos dentro dos padrões da legalidade, pois não há possibilidade nenhuma de sua intervenção, a não ser a de acompanhar o andamento das coisas.
Portanto, eu entendi agora o esforço que os agentes políticos fazem para se elegerem.
Precisam, a todo o custo, manter a desordem e o caos generalizado, como uma seita satânica milenar, sempre tendo um novo membro para substituir os já cansados da lida. E convenhamos, para essa missão, eles estão sendo muito bem sucedidos, inclusive usando, nós os simples mortais, como cúmplices de suas maquiavélicas articulações, transferindo-nos os ônus de suas práticas, além de nos deixar com um complexo de culpa incurável, fazendo-nos acreditar que esse país não vai para a frente por que nós, brasileiros é que não temos jeito.
Os aliens estão tomando os nossos corpos.
O funcionário público de carreira, que convive com esse ninho de ovos de aliens, que saltam direto em nosso rosto, para nos usar como incubadoras de novos monstros, têm seu cérebro dominado por eles, para, como abelhas-operárias, servir à rainha e a seus ovos.
Vocês dirão que já sabiam disso tudo há muito tempo, pois lêem Arnaldo Jabour, mas eu trago aqui um testemunho de um réu-confesso, de um alien, que após ser chocado para virar um parasita devorador, está neste momento pedindo asilo e disposto a contar as suas memórias.
Um alien arrependido é dose para predador.
Sérgio Lisboa
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