Voa, poesia, voa,
feito pomba
numa canoa
no mar de brisas
que a tempestade encilha,
minh'alma sobrevoa
e num rufar de asas
dá-me paz e calma,
faz-me pacífica ilha...
Voa, poesia, soa
suas trombetas de papel crepom,
afaga mi pobre corazón,
cria-me, origami,
lança-me numa taça de orvalho,
auxilia-me com estames,
serei-te grato eternamente,
pousarei nas janelas das pessoas tristes,
nas pálpebras de quem chora,
cantarei a ode dos amantes,
voarei contigo, por um instante,
nos momentos da última hora...
Seguros da eternidade,
atravessaremos mares cósmicos,
para a leve poesia nunca é tarde...
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