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MUNDO EM FRENTE
Vai-se meu canto - seus desvelos e motivos -
longe da sombra e do descanso das estradas.
Junto, meu tempo; Este que me mantém vivo...
Diante de um mundo que, pra alguns, não vale nada.
Ser caminhante é fazer parte desta espera
que o mundo em frente põe às vistas do porvir.
...É trazer restos de silêncio das taperas;
E as primaveras que, um dia, vão existir.
Provar em si cada tristeza e seu sentido...
Achar na dor, a própria cura e renascer...
São mandamentos de rumos não escolhidos,
mas necessários aos que buscaram viver!
O mundo em frente nos chama com voz antiga,
em seu dialeto de constante liberdade.
Mas a distância é duro espinho que castiga
quem mata a sede no sal fino da saudade.
Me abraça, o mundo, com braços largos - terrunhos...
E, então, divide as incertezas que carrego.
...Me trás poesia para os escassos rascunhos,
por onde andejo sozinho e, por vezes, cego.
O mundo em frente se difere do passado,
pois tem na alma a brasa acesa do futuro.
Nele, pareço estar paciente e ambientado...
...De quando em vez, pareço estar tão inseguro!
Varrendo folhas dos outonos extraviados,
segue este mundo - sabedor da própria luz -
Pagando o preço dos mais infindos pecados
(que o homem deve sem querer levar a cruz.)
Sei deste mundo, bem menos do que devia...
Porém, seus olhos sabem do que sou capaz.
E, assim, compreendo conforme o passo dos dias...
...que o mundo em frente nunca irá voltar atrás!
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