Moça que veste prata,
Que tem-me sempre abaixo de ti.
Inspira-me como fazias com os grandes sábios e poetas.
Transforma em bom aquilo que tenho de ruim
E em ruim tudo que tenho de bom.
Vira-me do avesso.
Ensina-me a ser temível como quero ser desde meu tempo de criança.
Leva-me às profundidades mais obscuras do meu ser e auxilia-me dali em diante.
Acompanha-me em minha jornada rumo à minha morte.
Mas torna-a gloriosa.
Te admiro solenemente com meu mais esperançoso silêncio.
Mas não se engane,
Essa esperança não é do mesmo tipo que ouves por aí.
Essa esperança é a esperança de que
Um dia vou morrer.
Mas que fique claro que não espero mais que 50 anos vividos.
Ou terei que agir por conta própria.
Morbidez ou terror são palavras muito exageradas para algo tão belo quanto a morte.
"Existe algo mais ousado que marcar a própria morte?" me pergunto sempre que posso.
Mas neste momento,
Ao encarar-te,
Percebo que meu sonho não é tão inacessível assim.
Então vou sonhar diferente.
Mas preciso de ti.
Morra comigo...
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