O meu arqui-inimigo está sempre à espreita, pelos cantos ele me observa cautelosamente, esperando pelo momento certo em que eu me distrair ou que não estiver com os olhos afiados o suficiente para enxerga-lo. Não ouço nenhum barulho e isso me preocupa muito, muitos dele podem existir e eu não sei. “Será que ele trouxe reforços? ”, pensei enquanto lentamente vou caminhando e me preparando para qualquer investida que ele possa dar.
Eu sei que ele está por aqui pois eu já vi e ouvi ele se mexendo, mas sua habilidade em fuga ainda me impressiona mais do que tudo, é a primeira vez que sua raça demonstra tamanha esperteza, pois, muita das vezes eles apenas ficam parados ou correm com a velocidade de um foguete em caminhos previsíveis, mas não esse, ele correu e pairou mais do que deveria e este é meu maior medo, poucos de sua raça flutuam por ai, tenho que preparar meu conhecimento em combate e meus reflexos para lidar com qualquer voo inesperado.
— “Click, click, click”
— Eu sei que você está ai enviado do inferno! Apareça!
— “Click, click, tec, tec, tec”.
— Ele está caminhando, mas esses barulhos não são o suficiente para eu saber onde... — Falei em voz baixa para mim mesmo, não sei se ele pode entender o que digo, mas não posso arriscar.
Como em uma fração de segundos vi ele passando de um lado para outro tão rápido quanto o Flash, meu reflexo me traiu, era o momento perfeito para abatê-lo e eu não vi antecipadamente seu movimento.
— Maldito seja você! Serei obrigado a libertar o meu familiar se você continuar de brincadeira comigo seu demônio! — Gritei com toda a força que meu pulmão permitia, queria que ele me entendesse, queria que ele temesse meu poderoso familiar, um animal sinistro que tem olhos de águia e olfato de cachorro. Sua patada esmagaria e destruiria o demônio com apenas um golpe.
— “Tic, tic, tic”
— Já chega disto! Você vai morrer e vai ser agora! — Corri para buscar meu familiar e trouxe ele para o ambiente da caçada, meu familiar era um gato adulto cinza, com listras pretas por todo o corpo. Ele já sentiu que um ser demônio estava ali, já ficou com os olhos e ouvidos ativos, preparados para atacar qualquer coisa que se mexer ou fizer barulho.
— “Tic, tic” — Assim que o ser fez o barulho meu familiar atacou com toda sua força o local do barulho, o pequeno demônio saiu de seu esconderijo correndo o mais rápido que podia e estava abrindo suas asas para preparar o voo, mas meus reflexos não me traíram desta vez, acertei ele com meu martelo com toda a força que meus magros braços tinham. Pude ouvir o barulho de algo se quebrando, meu familiar estava em cima só olhando e esperando eu levantar minha arma peluda para revelar o cadáver do ser demoníaco. Assim que levantei calmamente a minha arma pude ver aquele ser sinistro, marrom, com duas antenas quebradas e o corpo todo esmagado no chão com seu sangue de cor duvidosa para fora. Suas asas estavam abertas, pois esmaguei ela antes de ele abrir o voo. Meu familiar revelou o principal motivo para eu não querer libertá-lo, pegou o ser com a boca e saiu correndo para esconder seu troféu.
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