É lunático:
Boca beija-me
Cada lágrima
Muito próxima.
Muito prática
A paz de espírito,
Lua beija-me
Outra lágrima:
Há que o mundo
Mal, o vértice,
Necrológico,
Ter apenas
Uma apólice
Sem mais cláusulas.
Vive em frente,
Gesticula —
Lua, o hálito entre hélices,
Uma torre
Trouxe ao menos,
À lua, o hábito de ver,
De novo,
A via láctea,
Muito cômoda:
Nas azáleas cor de abóbora,
Nos crisântemos cor de mármore,
Tantos últimos
Tempos mórbidos,
Da ânsia lépida
Para as próximas
Valsas tórridas,
Sorumbático Walt Whitman,
Louro cínico
Walt Whitman,
Hoje:
Vira-se ao mesmo método,
Toda pérola
Do vernáculo
E todo cântico,
Como coisa única
Em tristes léxicos —
Lua,
O hábito
Nega-nos a síntese
Dessa época
De Cagárgadas,
De Críticas
E Putélopes,
Como acúmulo ou
Como dádiva,
(Certa dívida!)
Ou terra incógnita,
Ou como lâmina
Tão corrupta,
Tão enfática,
Que, no mínimo,
Assalte o espírito
Em mais acréscimos
De mãos próximas
E estáticas,
Que outro crédito,
Este símbolo
(Do zodíaco),
Essa última
Terra:
Chama-nos
Entre as árvores,
Lua elétrica,
Roupa lívida,
Sortes lançam-se
Às sombras próximas.
|