A fé e o progresso humano não caminha sem a fé no futuro e os homens não progridem e não se adiantam , senão crendo no futuro e marchando com confiança, com certeza para o ideal. Vinte civilizações já passaram pela terra, seus grandes focos brilharam na noite dos séculos; depois extinguiram-se. E o homem não discerne ainda, atrás dos horizontes limitados do seu pensamento, o além sem limites onde leva o seu destino. Um tempo se acaba: novos tempos se anunciam. A hora em que estamos é uma hora de transição e de parto doloroso. As formas equivocadas do passado empalideceram-se e se desfizeram para dar lugar a outras, a princípio, vagas e confusas, mas que se precisam cada vez mais. Nelas, se esboça o pensamento novo e crescente da humanidade. As formas e concepções do passado, por mais respeitáveis que sejam, não obstante os ensinamentos legados pelos nossos antepassados, compreende-se no presente, que não foram suficientes para dissipar o mistério sufocante do porquê da vida. O espírito humano esta em constante trabalho, sob a aparente decomposição de ideias, por toda parte , na ciência, na arte, na filosofia e até no seio das religiões, o observador atento poderá verificar, que uma lenta e laboriosa gestação se vai produzindo. A ciência, essa sobretudo, lança em profusão sementes de ricas promessas de um futuro promissor. O século que ora se inicia, será o de potentes eclosões. Pode-se, em nossa época, vivermos e agirmos com mais intensidade do que nunca; mas, poderemos viver e agirmos plenamente, sem que tenhamos consciência do fim a atingirmos? O estado d’alma contemporâneo pede, reclama, fé no progresso e no futuro, libertando-o das velhas servidões e das misérias do pensamento, guiando-o para horizontes radiosos a que se sente levado pelo impulso de novas forças irresistíveis. Nosso dever é traçar a trajetória da humanidade futura, da qual somos parte integrante, como no-lo ensinam a comunhão e a revelação dos grandes instrutores invisíveis. A mãe natureza, nos tem ensinado, por seus milhares de vozes, pela renovação perpétua de todas as coisas àqueles que sabem estudar e entender. Vamos, pois, para o futuro sem medo, para uma vida renascente, pela via imensa que nos abre o nosso livre arbítrio.
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