No muro,
Roupa clara
Sobre a pessoa simples fato
Bem orquestrado pela aldeia.
Rosa,
E assim ausente em nossa
Ponta da língua, rente ao forno,
Queima metade e tem o gosto
Rude da terra.
Falta a outro a
Doce presença, sem saída.
Toda certeza da urtiga,
Mesmo que a creia rosa, rosa
Mesmo.
E por mais que a creia nossa,
Nossa surpresa é quando surge
Hoje, a exata flor de ontem,
Rosa bonita e só.
Amada,
Pois nasceu para nós na noite
Fria de cada coisa, à hora
Fria das nossas dores como
Seres de terra e chuva pelas
Ruas, sem planos bons enquanto
Vamos voar.
Os pés bem juntos
Para o amor; as mãos bem-postas
Sem paradeiro, gesto extremo,
Como se o louva-a-deus louvasse
Mesmo a ação de crer em suas
Juras
E muita vez irado contra quem ama,
Mostra a quanto
Pode chegar, em nossa alma,
Via de regra, uma rosa
Fria e suave.
E, sendo humanos,
Somos, então, os que não amam,
Mas os que morrem, que se humilham,
Dentro de si com menos coisas.
Fora perder, ninguém responde,
Rosa ainda bem branquinha,
Tudo se pode achar bem livre,
Tudo se lhe será poupado.
Quanto a nós, não: nenhuma vida
Mais é preciso ter.
Alguma
Honra e algum apego e
Alguma
Prática;
Pelas mãos a rosa
Vive esquecida, a rosa espera,
Triste, abafada pela tarde.
Triste por tudo, um bom conselho,
Pétalas perde e a tarde a invade,
Como a fazendo velha em folha
E tudo o que há a apaga em vida:
Dando desfecho para um mundo
Falso de cor festiva e plena;
Dando sentido para tudo,
Rosa no muro, a nossa rosa
— Dando sorrisos para a vida
Para quem a quer e...
Se seduz por ela, rosa,
Porque pela rosa habitado
A outros seduz, porque habitado...
E sagrado.
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