Catarse Seminal |
Rodrigo Alencar Alves |
Na sementeira dos ventos afloram paróquias,
Passeatas e flores perpétuas, orgíacas
Ó! Nossa Senhora dos Ventos!
Ecoam no sem-fim luas ao avesso
E o feixe de rosas opacas,
E o tomo de querubins bibliófagos
E o pássaro cinza antiaéreo
E a virgem pudica incinerada
Mar helenístico que deságua no céu poente
- róseo coagulado
Não existe começo,
Mas o eterno girar das rodas
Convergindo para o centro
Monoteísmos polimorfos atando-se à névoa,
Corcéis que galopam cabeças nuas
Cancros beijando mísseis balísticos, anestésicos
A nudez macia do Nilo
Confluindo para a catarse
- fusão atômico-fluvial
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Biografia: Nascido em Salvador, Bahia, Rodrigo Alencar mora em São Paulo. É professor da rede estadual de ensino, poeta e contista. Como escritor, é um dos coautores da "Antologia de Prosadores e Poetas Brasileiros Contemporâneos" (2017), editada pela Porto de Lenha. |
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Rodrigo Alencar
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