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O voo do menino
Patrick Suarez

Comecei a voar já marmanjo.
A primeira vez que entrei em um avião foi com vinte e poucos anos de idade.
Desde a primeira vez me comporto como eu achava que uma criança se comportaria. Colo os olhos na janelinha e fico observando o movimento das engrenagens e dispositivos da asa, turbinas e toda a parafernália. Sempre curioso e abismado em como uma "canoa de asas" daquele tipo consegue carregar tanta gente. Quando levanta voo é muito legal. Observo as casas ficando pequeninas, florestas inteiras desaparecendo. Então vem a grande máquina de algodão doce. As nuvens parecem um tapete branco felpudo gigante. Dá vontade de deitar nelas. A descida é pura adrenalina. Também fico abismado em como um gigante daqueles consegue frear tanto em tão pouco espaço de pista.
Um tempo atrás estava num voo curto. Uma horinha voando e já sentia tudo isso. Na poltrona logo à minha frente tinha um garotinho de uns oito anos de idade. Estava vidrado no vídeo game portátil, parecia que não estava ali. Deu vontade de falar:
"Ei amiguinho, se liga! Você está voando, carinha. Olha lá pra baixo e vê o que está perdendo". Mas tive medo do pai dele não gostar. Pra aumentar a angústia, fechou a janelinha para enxergar melhor a tela do vídeo game.
Então pensei: "Que sorte a minha por não ter tido um vídeo game portátil na infância".
E comecei a culpar o vídeo game por estar atrapalhando a viagem do menino.
Mas então veio a empatia.
Pensei que o garoto pudesse estar com tanto medo da viagem que transformou o vídeo game no melhor amigo.
Então pensei: "Que azar o meu de não ter tido um vídeo game portátil na infância".
E mais uma vez a empatia me salvava de tudo.


Biografia:
Projetando o passado e recordando o futuro.
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