Sento na varandinha, acendo um cigarro.
Olho o céu. Nublado, nenhuma estrela visível.
Volto a atenção pro meu peito.
Olhado de longe pareço uma tulipa.
Começo a murmurar, quase cantarolar, uma ode moderna.
Então me vem a silhueta de uma mocinha.
Me parece uma certa forminha.
Volto pro céu e converso comigo:
"Hoje existem mais paixões silenciadas no peito do que estrelas no céu".
E o silêncio às vezes é só ausência de som.
Mesmo.
E nada mais.
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