Há algum tempo, lendo um artigo, me deparei com a seguinte situação: “Sir John Robert Madejski trocou o terno e a gravata por uma bata de hospital e encarou uma longa sessão de ressonância magnética na Universidade de Reading, na Inglaterra. Os médicos fizeram uma varredura de seu cérebro. Cada detalhe da massa cinzenta do empresário foi escaneado enquanto ele era convidado a responder perguntas que simulavam decisões de negócios. Madejski é um dos homens mais ricos do mundo e dono de redes de hotéis, restaurantes, revistas e ainda empresta seu nome a um estádio de futebol. Ele se submeteu aos exames para ajudar uma equipe de psicólogos, neurologistas e especialistas em liderança a descobrir quais mecanismos cerebrais diferenciam as pessoas comuns dos grandes líderes.”
Há muito tempo se tenta desvendar os mistérios da liderança, entender a capacidade que algumas pessoas têm de guiar outras, influenciando-as com suas idéias.
Claro que as opiniões sobre liderança nunca foram unânimes. Alguns estudiosos entendem que alguns indivíduos são dotados de uma personalidade extraordinária, com qualidades incomuns, que os diferenciava dos demais, denominados líderes carismáticos. Outros entendem que o líder ocupa o papel do pai, enquanto os liderados são os filhos, sendo sua grande missão organizar as vidas em busca de sentido. No século 19, os estudos sobre liderança defendiam que essa era uma qualidade natural e que jamais poderia ser aprendida, sendo o dom da liderança, segundo essa visão, transmitido de geração a geração, por laços de sangue, sendo comum em famílias de aristocratas.
Com o tempo, os estudiosos dedicaram-se a analisar o perfil dos grandes líderes a fim de encontrar características comuns entre eles. O resultado foi que os líderes possuíam tolerância ao estresse, autoconfiança, bom relacionamento interpessoal e capacidade de aprendizado.
O perfil ideal de liderança mudou com o tempo. Há mais de 30 anos, as pessoas eram treinadas para obedecer, sendo o líder de sucesso aquele autoritário, que sabia mandar e nunca era questionado. Hoje as pessoas são treinadas a questionar, a argumentar e a não aceitar ordens sem uma razão clara, abrindo espaço para o líder que conversa e compartilha informações e decisões com sua equipe. O diálogo começou a ser visto como o melhor caminho para a tomada de decisões.
Hoje, não faltam livros, manuais, cursos e treinamentos que tentam ensinar a melhor forma de liderar uma equipe com sucesso. David Ulrich, professor de Management na Ross School of Business da Universidade de Michigan, entende que 60 a 70 por cento das características que fazem de alguém um líder de sucesso podem ser agrupadas em cinco áreas: proficiência pessoal (ser capaz de controlar o próprio estresse e de conhecer-se), estratégia (planejar o futuro e compartilhar sua visão com os demais), execução (fazer as mudanças acontecerem), gerenciar talentos (cuidar dos empregados, comunicar-se com eles e orientá-los), desenvolver o capital humano (construir talentos que, no futuro, beneficiem a organização).
O que entendo é que a liderança não é um talento nato e, sim, uma capacidade que pode ser desenvolvida ao longo da vida e experiência pessoal e profissional, sendo que influências ao longo de nossa vida contribuem para que esta habilidade / capacidade seja desenvolvida
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