Claro que conhece!
Talvez não com este nome, mas você conhece. Diria até que você sabe muito bem quem é ele... ou ela. Mais ainda: é possível que você @ tenha [ou teve] como alguém que merece [ou mereceu] toda sua confiança. Tanto é que acredita [ou acreditou] bastante nele ou nela.
Talvez dedique tempo, dinheiro e, sobretudo, se dedique [ou se dedicou] ao que el@ sempre quis e quer de você.
Busiris é o nome de um dos tantos personagens das narrativas míticas dos aedos ou cantadores de grandes feitos humanos na antiguidade grega. Eram o que chamamos hoje de contador@s de histórias.
O tal Busiris seria filho de Netuno, rei no Egito. Em suas terras, as pessoas passavam fome porque não chovia há muito tempo. Teria ele sido informado, então, que, se matasse os estrangeiros, as terras voltariam a produzir alimentos e, assim, estaria resolvida a difícil situação em que vivia seu reino. Assim, procurar e matar qualquer um que não tivesse nascido em suas terras era o que mais Busiris fazia.
Nesse contexto se deu uma das façanhas de Héracles [ou Hércules, como é mais conhecido]. Ele encontrou ou foi encontrado por Busiris, que também era conhecido pela sua habilidade de enganar as pessoas, apresentando-se e falando como se fosse um sábio. Teria ele dito a Héracles [um estrangeiro em suas terras] que era conhecedor da verdade correta, que tinha respostas às suas perguntas e que, se Hércules ficasse com ele e o seguisse, seguramente estaria no caminho certo... e blá, blá, blá…
Héracles caiu na sua lábia, aceitou o que ele dizia e fez tudo o que ele mandou. Apaixonou-se pelo rei enganador a tal ponto que, sem perceber, foi amarrado e mantido preso por Busiris. Após um tempo, Héracles começou a entender o que estava acontecendo e, então, rompeu as amarras que o prendiam, pegou o rei pelo pescoço e o colocou no mesmo lugar em que havia sido acorrentado. Foi embora e deixou o enganador preso.
Ou seja, ao acatar a fala de Busiris, Hércules apenas ouviu. Deixou de escutar. Não prestou atenção no que ouvia, não processou a informação, não questionou as respostas que o rei enganador dava às sua perguntas. Vale dizer: Héracles acreditou na lorota e no lero-lero de Busiris, e parou de pensar por si mesmo. Ao invés de investigar por conta própria e agir de acordo com suas conclusões, correndo os riscos de se equivocar e aprender com seus erros, preferiu acreditar e confiar justamente naquele que não tinha outro interesse a não ser acabar com ele.
Felizmente, Héracles percebeu a enrascada em que se metera e agiu rapidamente: desvencilhou-se de quem e do que o prendera, lutou com quem o enganara e o deixara amarrado em suas próprias correntes no mesmo lugar que ocupara. E mais: caiu fora. Afinal, não havia motivo algum pra dirigir a palavra a quem estava unicamente interessado em usá-lo para resolver pendências que não conseguia dar conta sozinho.
E então? conhece ou não conhece o tal Busiris? É difícil reconhecê-lo na família, na escola, na igreja, na empresa, na rua, na mídia...?
O fato é que, em geral, estamos buscando fora de nós mesmos as respostas às nossas perguntas. Ainda não percebemos que tudo é de dentro pra fora, que conhecimento não se adquire. Quantos de nós entendemos que o que é realmente importante a gente aprende, mas ninguém ensina?
A propósito, veja uma cena do episódio 17 da quarta temporada da série Vikings. Tudo a ver!
[ acesse este endereço para ver o vídeo: http://donizetesoares.blogspot.com.br/ ]
|