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Numa era, quando não houver mais poesia,
as palavras tecerão minúsculos opúsculos sobre os dias
que passarão lentamente pela alameda do tempo,
de mãos dadas, conversando com o vento
sobre as perdas que o abandono cria,
de um modo triste e lento,
voz gelada e fria...
Aproveite enquanto as palavras se amam e se dão,
que se reúnem em teus rabiscos e vem e vão
em tuas frases compostas em versos,
ponta do iceberg do teu mundo imerso
em sonhos em eterna construção...
Saboreie as íris de quem lê tuas elipses,
as retinas que enxergam teus eclipses,
o campo ótico que se deita sobre teus decassílabos,
banquete único sobre a luminosidade dos teus versos trípticos...
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