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A orelha falante
Humberto

Em polvorosa, a imprensa, os tablódides, o jornal, o rádio e a televisão, todos os meios de comunicação ficaram encantados com a notícia de que a orelha falante finalmente daria uma coletiva.

O que teria a dizer? Que estórias teria escutado em sua vida? A orelha sempre guardara discrição absoluta e agora, finalmente, abriria a boca.

Na data e horário marcados, todos foram para o local da entrevista, onde encontraram a orelha confortavelmente assentada em uma poltrona do papai.

Foi um sucesso. Sua oratória era dez. Mas teve momentos bastante dramáticos, como quando contou sua origem.

A orelha, um dia, fora um homem. Mas este homem, que um dia se chamou Ovídio, descobrira que portava uma doença muito séria e incurável, que necrosava órgãos e tecidos. Com o passar do tempo, os médicos tiveram que extrair partes do corpo de Ovídio, começando pelo dedinho do pé esquerdo. "Aquele que eu sempre bato na quina da cama. Não vai fazer falta. Na verdade, será um alívio", brincou Ovídio, que enfrentaria sua sina com certo bom humor.

O tempo foi passando e Ovídio...bem...

"Essa é minha história", encerrou a orelha falante.

- E quais são seus planos para o futuro?, perguntou o enviado de Caras.

- Vou furar a orelha, digo, furar meu lóbulo. Botar um brinco. Sabe como é, dar uma desencaretada.

- Ahahahaha!, riram os jornalistas.

Tempos depois, a orelha falante concretizou seu plano e botou um brinco. Nada muito extravagante. Coisa simples.

Só que algo deu errado: o brinco provocou uma infecção. Uma infecção mortal que começou necrosando o lóbulo. Mas já não havia mais o que cortar.


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