O QUERER FOI PODER
Venham agora com tretas!
Dispensámos as “vedetas”,
E vencemos a Alemanha!
Parabéns ais convocados
Que, sendo menosprezados,
Mostraram como se ganha!
As aparentes lesões
Dos craques, dão discussões,
Fazem correr muita tinta!
Ninguém é insubstituível.
Ganhámos, com muito nível;
E venha quem me desminta!
Pois que sirva de lição
Tão brilhante exibição
Do pundonor, força e brio!
Ninguém, neles confiava.
No fim, contudo, escaldava
Aquele ambiente frio…
Ficará na nossa história
Tão retumbante vitória,
Fruto de grandes trabalhos!
Sucumbia uma potencia,
Vergada à inexperiência
Duma “manta de retalhos”!
Fez-se feio, saiu bonito;
Que grande golo, o do Dito!
Vibraram os mais descrentes!
Explodia um vendaval!
Todos gritam; -Portugal!
Vamos, mais um, meus valentes!
Vence, afinal, a genica,
Pois não é só no Benfica
Que há rapazes com valor!
Há mais quem tenha talento.
Faça-se justiça ao Bento,
Que foi um grande senhor!
Perdoem-me esta vaidade:
Sou portista e, na verdade,
Enorme euforia sinto!
Ente os demais portugueses
Recordarei, muitas vezes
Esse jovem João Pinto!
Humildade e decisão
Fizeram da selecção
Cozinhada às três pancadas,
Uma força que, ao vencer,
Gritou: Querer foi poder!
Sem mãos, vibrou bofetadas!
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