Canta, poeta,
a quem passa empresta
teu peito de rouxinol,
no escuro mais denso
brilha teu doce bemol...
As janelas se acendem,
moças estendem
seu cabelos como Rapunzel,
enfim, beberás, nesta vida,
do frasco verdadeiro,
o doce mel...
Se arruma, poeta,
põe tua roupa de festa,
à rua saem os que amam
e os que pretendem amar...
Canta tua ária ensandecida,
dá a quem tem fome
o som de tua comida,
nasce um novo mundo,
mais feliz, verdadeiro,
menos risível,
profundo,
solar...
Se duvidas do canto do poeta,
junte-se a ele e a ele tua alma empresta
e então verás...
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