Há sempre um vazio no repleto
há sempre partes da história que não se conta
sempre há crianças que apronta
e adultos que torce o nariz
abstratos misturado ao concreto
Professor com tom ereto
me mostrando riscos de giz

Há sempre mentiras entre as verdades
há sempre um paletó sobre a cadeira
sempre há Mamãe com olheira
zelando das criancinhas
cuidando por causa do mal
do físico ao intelectual
com caldinho de galinha

Há sempre também quem não cuida....
isso é...infelizmente
cresce adulto inconsequente
sem poder ou saber caminhar
se tornando um ser abrupto
aos outros levando luto
e os fazendo chorar

Há sempre um aproveitador
que se faz necessitado
um ator inusitado
de outrem ganha o lugar
quem chorava, continua
caminhando ao léu... na rua
lamentando a vagar

Há sempre uma cultura
amarrando o ser em algo
fazendo beber amargo
manquejando andando torto
sendo chamado querido
e por demais iludido
na falsa zona de conforto

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