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Na boa, com certeza você já teve esses ataques. Sabe, quando você fica muito, mas muito nervoso mesmo? Aí você pensa numa maldade muito, mas muito absurda? E depois pensa de que se fosse capaz daquilo que acabou de pensar, faria sem dó? Vou tentar explicar melhor, você já deve ter visto aquelas cenas que existem em vários filmes, novelas e minisséries, geralmente pra encher lingüiça, mas que além de nos assustarem de vez em quando, por que a edição faz com que pensemos que o personagem não está imaginando e sim fazendo. Quando o mocinho ou a mocinha recebem, por exemplo, uma resposta atravessada, aí eles miram um olhar bem feio ao remetente e imaginam a cabeça do próprio explodindo.
Esses dias estava indo trabalhar e na rua do prédio da empresa, estavam lá lindas e belas motos, todas enfileiradinhas. Sabe o que passou pela minha cabecinha de bagre? “Dou um chute na primeira e vejo todas caindo igual a um dominó”. Agora me diz, pra que tanta maldade nesse meu coraçãozinho? Isso que essa foi bem leve, por que além de ás vezes querer machucar as pessoas a minha volta, ás vezes dá vontade, que não sei de onde vem, de me mutilar. Dar uns tapas no próprio rosto, arrancar os cabelos, sair gritando avenida a fora que nem um louco desvairado, doidão.
Freud, ao fundar a Psicanálise, diz que a loucura faz parte de cada um de nós e está de certa forma no inconsciente de todos. E os “loucos” são aqueles que se deixaram levar por esses pensamentos absurdos que todo mundo tem e acabaram fazendo suas loucuras.
Por isso, Freud explica minha existência. Escrevendo sempre que tenho vontade, dando meus passos com cuidado e de repente faço uma loucurinha. Ás vezes, certas coisas que falamos ou fazemos pensamos, mais tarde, que tudo não passou de pura loucura. Aí eu te digo: e se você não tivesse feito essa loucura? As coisas com certeza caminhariam por um lado bem diferente de hoje. Mesmo quando analisamos uma oportunidade e se devemos agarrá-la ou não, qualquer atitude que tomamos, pode ser considerada uma loucura quando foge dos padrões.
Correr atrás de um sonho é uma loucura, sem dúvida, por que segundo a sociedade é muito melhor conseguir uma renda estável, se formando naquilo que gera mais emprego e blá, blá, blá...por que se arriscar nessa vida, se o corpo a terra á de comer? Por isso bato no peito e falo: “Sou louco mesmo”! Corro atrás do que eu quero e de quem eu quero e do que vier, por que abaixo de mim não há ninguém e acima só Deus, então quem pode me impedir? Vou ser louco a vida inteira e, ensinarei a meus netos a serem loucos que nem o vovô.
Agora eu explico, Freud era mais louco ainda, por que ele foi um louco que tentou explicar a loucura dos outros. E eu, me considero louco dos loucos, por que quem é que vai ser louco de contestar tal afirmação?
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