| Atravesso o tempo das horas
olhando tudo que gira
 ao meu redor.
 
 Parei de contar o tempo
 e vivo cem anos em um dia.
 
 Mas hoje, atravesso
 o tempo das horas
 como se tivesse
 me transformado
 em escrava dele.
 
 Tento compreender
 o mistério do tempo
 e as entrelinhas das horas.
 
 Jogo para dentro de mim
 toda suavidade e tranqüilidade
 que possa ainda existir
 em minha vida
 para esperar e esperar
 o momento da hora,
 da hora seguinte do tempo.
 
 Me perco nos minutos
 que vão lentamente passando
 e me agarro aos ponteiros das horas
 como que forçando-os a correrem
 para mais rápido chegar
 ao momento seguinte.
 
 Mas a ampulheta do tempo
 não perdoa.
 Uma vez é agora
 e sempre agora.
 E o depois,
 é preciso
 ainda esperar...
 
 
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