Não tenho inocência – roubaram-me.
Não tenho infância – também a levaram.
Não tenho paz
Casa não tenho,
Nem sei se terei.
Não tenho nem conheço a paz,
Pouco acredito na segurança
Ofertada por governos e “febéns”
Abundam em mim medos,
Tristezas tantas, soluços outros,
Por isso finjo-me de louco.
Roubo dinheiro, corrente, bato carteira:
Encontro no delito a razão da vida
E já que é curta – a vejo inteira...
O que roubam enfim
poucos dão valor:
- Infância, brinquedos e sonhos.
Infância estuprada com sexo sem amor.
Chorar já não choro
Levaram-me as lágrimas
No desencanto de sempre...
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