Muiraquitã tã tã
favas contadas, contas
contos colhidos, tantos
milho moagem moído moinho
com jeito de rio molente
com trava de bicho nos dentes.
Muiraquitã tã tã
estrias de auroras nas veias
luares estendidos nos olhos
saídos molhados de sonhos
do sono das deusas amazonas.
Muiraquitã tã tã
chicotes de vento na carne
magias de beijos na alma
cunhantãs nas pedras, banhando
boiúna velando teu medo nas sombras.
Muiraquitã tã tã
colhida nas águas
no grito do rio.
(Extraído do livro "Crônica do País da Canela")
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