A ÚLTIMA VEZ
Quando Morte e Nascimento se tornam equivalentes e "sim" e "não" significam "talvez", tudo o mais me parece indiferente: eu me apaixonei pela última vez..
Quando o Amor nasce e morre no mesmo logradouro e se tornam idênticos e repetitivos os dias do mês, a última vez é sempre a primeira: eu me apaixonei pela última vez.
Formulo perguntas fadadas a ficarem sem resposta e tudo que me resta é este abismo imenso: Atlas suportou o peso dos Céus nas costas, porém não suportaria o peso do seu silêncio. E nem mesmo Héracles poderia lhe aliviar das geleiras vindas de um seu olhar.
Quem sabe não sou eu A Mão e a Luva ou A esmeralda e o Camafeu; O Príncipe e o Mendigo ou Frankenstein, O Moderno Prometeu. Talvez eu seja apenas um seu amigo ou apenas um Tolo Apaixonado.
Quando se tornas sutis os limites que separam Insensatez e Bom Senso, Loucura e Razão; Forma e Tamanho, Cor e Padrão. Quando Motivação se funde com Desânimo e Homônimos se confundem com Antônimos, trate de tomar cuidado: não seja você como eu algum Tolo Apaixonado.
Após um dia de chuva o Sol se torna mais forte. Mas essa Luz é falsa: são Falsos Ídolos, Falsos Deuses. Após a Tempestade vem a Temperança. Mera ilusão: eu tudo venci e ganhei, mas no caminho deixei cair todas as Esperanças. Eu me apaixonei pela última vez. Yeah!
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