Afinal o que é um estadista? O dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, que uso nas minhas dúvidas, traz três definições. A primeira delas diz que um estadista é “uma pessoa versada nos princípios ou na arte de governar”. Por essa definição, qualquer político pode se proclamar um estadista.
Então devemos nos ater nas entrelinhas. Primeiro nos princípios. Neste ponto já seria “game over” para muitos dos candidatos. Mas devemos ir além, e nos debruçar sobre o os significados da “arte de governar”. Agora sim, talvez, os dedos de apenas uma das mãos chegassem para contar os estadistas brasileiros.
Em época de pré-eleições como agora, é comum às rusgas de dois candidatos a estadistas. Que ficaram muito distante de se encaixar no perfil. E que a História se encarregará de colocá-los no devido lugar. Nesses momentos, a impressão que fica é que os ex-presidentes Lula e Fernando Henrique Cardoso, ainda se julgam donos do Brasil.
Por princípio, ética e formação política tenho aversão ao PT. Jamais voto em candidato dessa sigla. Nem em candidato apoiado por ela. Entretanto, como dois e dois são quatro, se o governo estivesse nas mãos do PSBD, Fernando Henrique Cardoso estaria fazendo o mesmo que Lula está. Mandando, dando recados e empregando pessoas.
Incrível como essas duas figuras, páginas viradas insistem em ressuscitar. Do ex-presidente Lula, quem lê os grandes jornais sabe o que acontece. Querendo ou não o Partido dos trabalhadores é de um dono só. E se os eleitores de São Paulo, não se mostrarem politizados, não deveremos esperar muito mais do resto do Brasil.
Em artigo publicado nos jornais “O Estado de São Paulo” e “O Globo”, Fernando Henrique Cardoso tenta imitar Lula. Como afago chama Dilma Rousseff de “presidenta”. Eca! Fala da herança pesada que Dilma herdou do ex-presidente Lula. Com o contrabalanço das crises capitalistas, Fernando Henrique Cardoso bate forte no governo Lula.
Começa pela crise moral. Da qual, querendo ou não, um dia o PT terá de se explicar para a nação. Especialmente o mensalão. O pontapé inicial da corrupção diante dos holofotes. Chamada de doença incurável por Fernando Henrique. Na visão de FHC o Brasil tem um grande e único vilão, chamado Luiz Inácio da Silva.
Que para Dilma Rousseff é o grande estadista Brasileiro. Defendendo seu tutor com unhas e dentes, a presidente enumera as “heranças benditas” que recebeu de Lula. E como era de se esperar tenta desmerecer o governo do PSDB. Talvez, seja essa a nossa “herança maldita”. No Brasil, governar é sempre desmerecer o antecessor. E tentar fabricar estadistas que não se sustentarão perante a História.
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