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Moira
Gil Cordeiro Dias Ferreira

Resumo:
Divagações de um adolescente sobre uma de suas primeiras paixões.

MOIRA
“MOIRA” – substantivo feminino –chinela velha - confronte-se Camilo em “Doze Casamentos”.
Não, não é essa a definição que desejo.
Mais adiante – “mulher de origem moirisca ou mourisca” – “as moiras encantadas”.
Agora, sim! Embora não seja ela de origem mourisca, pois seu sobrenome denota uma ascendência russa ou germânica, não estou bem certo.
Entretanto, disse bem o Novo Dicionário ao citar as moiras encantadas. Provavelmente não apenas encantadas, mas também encantadoras.
Talvez já se compreenda que falo de uma mulher. Uma mulher de nome Moira.
Muitos céticos já recriminaram meus ensaios.
“Você só fala de amor”!!!
Entretanto, Freud explica que, ao escrevermos, colocamos no papel exatamente o reflexo do que existe em nossa alma, ou a tradução daquilo que mora em nosso inconsciente e rege a vida, quer psíquica, quer vegetativa. Se é assim, exulto em saber que sou regido pelo amor. Ah, se for verdade!!
Tudo gira em torno do amor. Não existiríamos sem ele. É a causa e a razão de viver. Mas o amor não pode crescer em um homem só. É necessário haver uma mulher.
Moira, como já disse, é uma mulher. Falaremos dela. Descrevê-la seria desnecessário. Cada um vê uma pessoa, não como essa pessoa é, mas como cada um deseja vê-la.
Se eu pintar a imagem de Moira com palavras, ela será vista de mil maneiras diferentes (se mil forem os que me lerem...). Mas nunca como eu a vejo.
Talvez citando seus atributos espirituais, conseguisse eu formar uma vaga idéia de sua personalidade, na mente dos que me lêem.
Na realidade, a causa dessas palavras sobre Moira é, em toda a sua extensão, inerente à minha alma. Toda essa mulher se encontra em minha mente. É preciso que eu desabafe, que extravase esse estímulo causador de minha tensão. Não é um recalque. Antes, uma tendência afetiva tão intensa que precisa ser, não digo expulsa, mas retirada para análise. Dest’arte ela será arrumada corretamente e produzirá todo o efeito benéfico que tenta causar em mim.
Um desabafo, naturalmente, deveria ser feito com palavras. Não sei falar. Logo, escrevo. Escrevo sobre Moira.
Delineio, por completo, sua figura, em meu cérebro. Analiso o efeito de uma imensa carga efetiva, e resolvo, por fim, trazê-la de volta ao meu coração. Talvez eu necessite de Moira dentro de mim.
Até agora, falei de tudo, menos de Moira. Mas não importa. Citei seus efeitos em mim, e, enquanto o fazia, ela estava presente em meu pensamento guiando as palavras, que me surgem aos borbotões.
Não interessa que seja feia ou bela. Mas é linda. Tampouco tem importância que seja inteligente ou não. Mas ela o é bastante.
Importará, sim, que me ame. Que me ame tal como a amo. Integralmente. Amo seus cabelos dourados. Amos seus olhos verdes. Amo seu corpo bronzeado. E, antes de tudo, amo o espírito de Moira.
Amo sua voz, seus gestos, seus pensamentos. Entretanto, não sei se sou correspondido em meu amor.
Mas, de certo, Moira lerá estas palavras. E compreenderá que meu desabafo nada mais é que uma mensagem. Uma mensagem de amor em toda a sua pureza. Uma mensagem em que me defino para ela, exclusivamente para ela.
Aguardarei, então, esperançoso e impaciente, sua resposta.
A qual, estou certo, me concederá a felicidade suprema de poder fitar mais de perto aqueles lindos olhos verdes, e acariciar os longos, sedosos e doirados cabelos de Moira...




















Biografia:
Brasileiro, casado, nasceu no RJ, em 06/09/1946. É Oficial de Marinha (Escola Naval, 1967) e Administrador (UNESA, 1996). Passou à reserva em 1996 e, desde então, trabalha na iniciativa privada, como Administrador e Consultor. Tem mais de sessenta trabalhos publicados sobre assuntos militares, história, geografia, política e ficção, em periódicos especializados e jornais do RJ e de MS. Conquistou vários prêmios literários e, em 2000, o Clube Naval editou seu livro “Coisa de Naval”. Tem livros à venda nos sites Clube de Autores, AgBook, Recanto das Letras e Bookess.
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