Caminhando próximo à minha casa, comecei a observar minha sombra... Seguindo-me o tempo todo...
E parei para pensar...
Em como deve ser ruim e sem graça ser sombra!
Passar a “vida” seguindo outra pessoa... Sem vida própria... Apenas sendo a sombra de alguém.
Não queira ser sombra... Não queira se esgueirar pelos becos à espera que alguém perca algo para que você ache.
À espera que alguém sofra para que você seja feliz...
À espera que alguém caia para que você se levante...
Prefira ser Sol... Que brilha... Tem luz própria... Que busca seu caminho independente do brilho dos outros. Há espaço para o brilho de todos...
Eu prefiro sempre brilhar...
Admito que gosto dos refletores... Da luz... Do Sol... Do som... Das cores, muitas cores... Daquelas que ofuscam a visão, mas que te fazem olhar novamente para gravar na alma seu brilho único.
Prefiro ser som... Mas não aquele som baixinho, para fazer dormir... Prefiro ser som alto... Música que vibra em mil notas na alma... Que faz a alma cantar... Que faz o coração pedir mais... Que faz os pés baterem no chão incontrolavelmente ao seu ritmo...
Aquela música que fica gravada na mente. Que você canta para comemorar quando está feliz. E que você canta para se alegrar quando está triste.
Prefiro ser luz... Luz que faz as flores abrirem... As plantas florirem... Os pássaros cantarem e a vida seguir seu rumo...
Aquela luz que até a sombra precisa para existir.
Não nasci para ser sombra... Não quero esperar que o brilho de alguém se apague para que o meu se acenda... Não quero esperar que alguém seja esquecido para que eu seja lembrada...
Por isso prefiro escancarar meu brilho... Meu som... Minhas cores... Abrir todas as portas, janelas da minha alma... E deixar que toda minha luz se mostre... Sempre... Com todos seus matizes, tons... Com todos seus aromas, sensações...
Assim... Meu brilho, minha luz, minhas cores, meus sons, nunca serão apagados... Nem esquecidos... E eu nunca precisarei ser sombra... E nunca precisarei esperar o brilho de ninguém se apagar...
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