Login
E-mail
Senha
|Esqueceu a senha?|

  Editora


www.komedi.com.br
tel.:(19)3234.4864
 
  Texto selecionado
O CAMINHONEIRO
Ivan de Oliveira Melo

Resumo:
...a vida é cheia de surpresas...


          Fernando trabalhava com um velho caminhão. Entregava fretes. Saía de casa na segunda-feira pela manhã bem cedo e apenas retornava na sexta-feira, e tarde da noite. Sempre havia serviço e ele viajava por longas estra-das. Certamente, era uma faina cansativa, porém ele já estava habituado, pois há anos se entregara a esse tipo de trabalho. Cobrava bem, ganhava dinheiro. Já trocara de caminhão umas três vezes. No momento, seu trans-porte estava “novo em folha”, fazia poucos meses que o recebera. Estava feliz.
             Fernando era casado com D. Neusa há 18 anos. Tinha 3 filhos: duas moças ( Sandra, 17 e Regina, 14) e um rapaz ( Rainer, 13). Seus filhos   eram exemplos, muito educados e estudiosos.
             Uma pergunta que, talvez, mereça de pronto uma resposta: Por que Fernando só chegava tarde da noite às sextas-feiras? Bem, o caso era que o caminhoneiro descobrira um posto de gasolina à beira da estrada e, lá, um ambiente festivo, porque havia um restaurante-bar, onde ocorriam co-mes e bebes e uma boa música. E Fernando adorava dançar...
             Numa das sextas-feiras, aconteceu algo diferente. Fernando já ha- via ingerido algumas cervejas e estava “louco” para dançar. Deixou que o olhar vasculhasse o recinto até que desvendou uma “loiríssima” garota que estava solitária numa mesa. A moça bebia uísque e fumava um cigarro. Fer- namdo resolveu aproximar-se.
- Permite-me que me sente ao seu lado? – Indagou.
             Pega de surpresa, a moça respondeu:
- Fique à vontade. Estou mesmo precisando de uma companhia. Obrigada!
- Obrigado digo eu – Disse Fernando.
             Logo entabularam conversa. Ambos se deram bem, porquanto riam demasiado. Pouco tempo depois, lá estavam “agarradinhos” no meio    do salão, dançando efusivamente. Terminaram a noite num pequeno quarto de aluguel que o posto oferecia aos que desejavam entregar-se de corpo e    al- ma aos prazeres do sexo. Estava amanhecendo quando se despediram e cada qual seguiu seu destino.
             Fernando estava deslumbrado com Iracema, a “loiríssima” garota que conhecera. Todas as sextas-feiras se encontravam ali no mesmo local   e a vida e o tempo eram poucos para eles. Na verdade, o caminhoneiro se dei-
xou apaixonar por Iracema, moça que era desconhecida do local. Todos fo-
ram unânimes em afirmar e a concordar com Fernando: tratava-se de belo exemplar feminino, provavelmente nunca antes visto naquelas redondezas.
             Dois meses se passaram. Estavam mais do que felizes, Fernando e Iracema. Nesta sexta-feira, o caminhoneiro chegara com um firme propósi-
to, logo comunicou à amante sobre seus planos:
- Não estou mais a suportar, Iracema – Confessou – Estou disposto a pedir o divórcio à Neusa e casar-me com você... Você aceita?
- Deus meu! – Replicou a loira, assustada – Tem certeza do que está a me di- zer?
- Absoluta! – Confirmou Fernando.
- Bem, seja feito como planeja – Colocou.
- E hoje vou deixá-la em casa, quero conhecer seus pais, sua família.
- Terá coragem para tal? – Indagou Iracema.
- Por que não? Gosto de assumir meus compromissos...
             E eram 3 horas da manhã quando abandonaram o pequeno quarto onde se entregavam ao amor. Foram até o caminhão, entraram e seguiram o destino traçado por Iracema.
- Mas tem certeza de que é por aqui sua casa? – Perguntou Fernando, meio nervoso – É que não vejo qualquer habitação nesta escuridão.
- Claro, meu amor. Pode parar, chegamos – Disse a moça.
- Aqui? Mas só há mato... E o cemitério do outro lado – Falou Fernando.
             Não houve tempo para que Iracema respondesse, apenas se despe- diu assim:
- Até a próxima sexta. Tenha uma boa semana.
              Apressadamente caminhou em direção ao muro do cemitério e nem foi necessário escalá-lo, passou por dentro dele...
              Atônito, o caminhoneiro a tudo assistiu e, antes de desmaiar, disse:
- Santo Deus! O que é isso?

                                                       FIM


                                                         De Ivan de Oliveira Melo     


Biografia:
Nascido em Recife, em 09/10/1953. Professor de língua portuguesa e literatura. Poeta desde adolescente. Livros publicados: SINFONIA DE AMOR; POESIA, AMOR E VIDA; REFLEXOS; SEARA DE RITMOS; SO...NETANDO.Temas mais comuns em seus versos: o amor, a natureza, o homem, o socia, o cosmos, o metafísico, religiosidade...
Número de vezes que este texto foi lido: 52830


Outros títulos do mesmo autor

Poesias INFELIZMENTE... Ivan de Oliveira Melo
Poesias NA LETRA D Ivan de Oliveira Melo
Poesias EXEMPLOS Ivan de Oliveira Melo
Poesias VIGÍLIA Ivan de Oliveira Melo
Poesias CONSEQUÊNCIA Ivan de Oliveira Melo
Poesias SONHO ALEGÓRICO Ivan de Oliveira Melo
Poesias SOLSTÍCIO Ivan de Oliveira Melo
Poesias PLATONISMO Ivan de Oliveira Melo
Poesias PADECIMENTO VIRTUAL Ivan de Oliveira Melo
Poesias SEMIDEUS Ivan de Oliveira Melo

Páginas: Primeira Anterior Próxima Última

Publicações de número 11 até 20 de um total de 1076.


escrita@komedi.com.br © 2024
 
  Textos mais lidos
O TEMPO QUE MOVE A ALMA - Leonardo de Souza Dutra 54739 Visitas
1 centavo - Roni Fernandes 54673 Visitas
frase 935 - Anderson C. D. de Oliveira 54588 Visitas
Ano Novo com energias renovadas - Isnar Amaral 54451 Visitas
NÃO FIQUE - Gabriel Groke 54394 Visitas
Na caminhada do amor e da caridade - Rosângela Barbosa de Souza 54394 Visitas
saudades de chorar - Rônaldy Lemos 54347 Visitas
PARA ONDE FORAM OS ESPÍRITOS DOS DINOSSAUROS? - Henrique Pompilio de Araujo 54290 Visitas
Amores! - 54281 Visitas
Jazz (ou Música e Tomates) - Sérgio Vale 54229 Visitas

Páginas: Primeira Anterior Próxima Última