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É ASSIM QUE A BANDA TOCA!
Celio Dubanko

Concordo com você, garotão! Sou, sim, de uma geração tecnologicamente analfabeta!

Na minha época, não existia ipod, iphone, tablet, smart tv, facebook, instagram, whatsapp ou outras maravilhas tecnológicas do gênero - mas sobrava imaginação! Repletas de simplicidade, nossas fantasias não eram produzidas em estúdio, não brotavam das telinhas mágicas, não eram pré-fabricadas nem prontas para consumo. Nossos sonhos não tinham o brilho colorido das luzes das sofisticadas vitrines dos shopping centers. Órfãos dessas facilidades, precisávamos construir a maioria dos nossos objetos de desejo.

Em nossas mãos, latinhas, pedaços de madeira, havaianas velhas, caixinhas, linhas, agulhas, retalhos de pano e outras tralhas candidatas ao lixo ganhavam vida como matéria prima para brinquedos de última hora, e se transformavam em carrões “conversíveis”, patinetes “turbinandos”, telefones, bonecas de pano com vestidinhos lindamente confeccionados, casinhas “mobiliadas” e tantas coisas mais quanto a nossa imaginação fosse capaz de conceber. Ah, com era bom! Algo como “trabalhar” numa fábrica de felicidade!

Brincando, aprendi que quem quiser ter, que faça por merecer, que ponha a mão na massa para fazer, ou bote o pé no caminho e vá buscar!

E, pouco a pouco, fui descobrindo que, na vida, não existe almoço grátis! Que sem luta não há vitória! Que sucesso não cai do céu! Que felicidade é uma conquista! E que o trabalho duro e honesto é um grande – senão o melhor - escultor de caráter!

Captou, amigão? O lado bom da vida não vem a troco de bolo! Ser feliz dá trabalho, muito trabalho! Mas é aí é que o bicho pega, não é mesmo?

Porque muitos dos jovens dessa geração tecnologicamente poliglota, são analfabetos na matéria vida! Incapazes de lidar com a menor das frustrações, desprezam o esforço, paralisam-se ao primeiro indício de dificuldade, sucumbem ao menor sinal de dor e chegam à fase adulta despreparados para o mercado de trabalho. Muitos, aliás, sentem calafrios ante a simples menção desta palavra!

Sempre culpando os outros, abominam qualquer possibilidade de encarar seus erros e, pra piorar, acreditam piamente que, ao concederem aos pais a bênção do seu nascimento, foram ungidos com o direito de cobrar deles tudo o que querem. Seus genitores que se virem nos trinta para, não apenas lhes custear as roupas, os calçados, o celular de última geração, a balada do final de semana, o aluguel, o colégio e, em alguns casos, até a pensão alimentícia decorrente de suas aventuras! Mas não é isso! Também de lhes seja entregue de bandeja uma felicidade completa, ampla, geral e irrestrita, esculpida com esmero e embalada para presente!

Complicado, não?
Sim! É um assunto difícil, complexo, controverso, sem verdades absolutas, onde todos tem sua cota de responsabilidade. Pra começar, é urgente que muitos pais entendam que objetos de consumo não suprem ausências, e que um game “da hora” não apaga a falta de uma boa conversa, sincera e franca, tipo olho no olho! Aliás, que eu saiba, uma boa dose de verdade, não tem nenhuma contraindicação!

Modestamente, sugiro tomá-la imediatamente, em dose única! Até porque, a cada minuto, a realidade está batendo na nossa porta e o mundo nos esfregando na cara que só empresta espaço para quem rala muito, transpira bastante e constrói a vida com seriedade e responsabilidade.

Pois é, garotão! Rapadura é doce, mas não é mole! É assim que a banda toca! E de nada adianta ficar emburrado ou se autoproclamar “traído” ou “injustiçado”! Vencer não é para “coitadinhos”, tampouco para preguiçosos!

E é melhor não desperdiçar tempo com choramingos porque a vida é bela demais para ser jogada em uma lixeira de lamentações!


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