O Presidente da França, Macron, apareceu no Brasil para uma série de eventos e reuniões encontrando com o Presidente Lula. A parceria Brasil com a França dará início ao ano francês em 2025. Outras pautas foram tratadas na agenda como a parceria Mercosul/UE ao qual Macron não quer negociar nos termos sul-americanos pois prejudicaria demais o grupo agrícola/pecuarista francês e europeu.
Historicamente, Brasil e França rendem muitos assuntos desde a chegada em nossas terras para a criação da França Antártica no século XVI onde hoje é a cidade do Rio de Janeiro, a Revolução Francesa em 1879, a fé em Joana D'Arc, toda um influência literária no século XIX, Filosofia e o futebol, as cantoras Mireille Mathieu e Edit Piaf, Charles Asnavour, sem contarmos outros saberes que muito influenciaram nossa sociedade.
A leitura feita por Macron é resumida da seguinte forma: aquilo que não interessa para a França não serve para a Europa. Ele deseja colocar a França no centro das negociações da UE e entender o conceito de Europa para Macron e sua França é um tanto complexo. Ele "reduz" a Europa a sua França, Alemanha e alguns vizinhos ricos e endinheirados. Deseja impor uma negociação que não gere desemprego em massa na França devido a concorrência da carne brasileira alegando questões "ambientais" fugindo da discussão.
O ano é propício para mais diálogo caso o governo brasileiro queira gastar saliva. A Olimpíada em Paris 2024 é a chance de retomarmos boas negociações e chegarmos ao meio termo. É sabido que a Europa demanda da pecuária brasileira. As portas foram abertas para muito diálogo com a inaguração do submarino brasileiro e o Instituto Pasteur de São Paulo e o tema pecuária voltará em breve para a mesa de negociações.
Teimoso e relutante, o Presidente Macron, pensa de forma protecionista. Não quer gerar desgaste político evitando comprometer-se e até mesmo sair mal visto do poder. A França é um barril de pólvora e o povo sai de casa indo para as ruas quando seus interesses são mexidos. Macron é a personalização do sistema colonialista adaptado ao século XXI, ou seja, assine aqui de acordo com as minhas condições.
Cabe ao Brasil ampliar seus investimentos em Qualidade na entrega final daquilo que os europeus desejam sem elevação de custos. O mercado brasileiro está aberto ao diálogo. O Mercosul e especialmente o Brasil não pode aceitar condições contratuais leoninas só visando atender os interesses da parte europeia sendo bom para os dois grupos. Acompanhemos os próximos capítulos para sabermos onde isto chegará.
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