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A culpa é do Coelho
É difícil entender os sentimentos!
Elaine Cristina Dias da Costa

Resumo:
Quando os sentimentos não são externados, é possível de se correr o risco da incompreensão. Assim, um coelho poderá ser mais eficiente que um burro.

A tarde estava muito fria na verdade. Seria este o motivo para demonstrar tamanho mau humor? Com passos firmes e aborrecidos, Letícia entrou na sala não olhando ao menos para as visitas que vieram da capital visitar dona Antônia, recém-operada.
Grotescamente vai para o quarto e atira-se na cama como se um grande desespero apoderasse daquele corpo franzino da estudante que por sinal, não era de se render aos desafios.
Dona Antônia não poderia se levantar para ver o que acontecia com a filha, Cleonice estava preparando o suco para as visitas, as quais julgavam cada uma por conta própria o motivo do comportamento da moça. Foi durante o clima de suspense e indagação, que Joaquim entra na casa, comprimento a todos e pergunta pela amiga:
- Boa tarde dona Antônia! A Letícia já chegou da faculdade?
-Sim Joaquim! E sinceramente eu não sei o que aconteceu, mas, ela entrou muito chateada e foi para o quarto.
– Se a senhora me permite, devo falar com ela, posso?
- Vá logo meu jovem! Quem sabe sua companhia poderá melhorar o mau humor dela!
Adentrando o quarto, Joaquim observa o sofrimento de Letícia entendendo que alguma coisa muito grave havia acontecido. Era visível que o mundo havia desabado para a jovem que se banhava em pranto desesperador. O que teria a afetado com tamanha veemência a ponto de deixá-la neste estado?     Joaquim sem saber como ajudá-la, a interroga:
- Vejo que está em profundo sofrimento Letícia! O que aconteceu com você, quem te magoou? Fala comigo que vou atrás agora de quem está te perturbando!
- Não tem jeito meu amigo! Você não poderá fazer nada por mim, a não ser que o coelho volte. Meu coelho, eu quero meu coelho de volta!      
Procurando entender como um animal estaria causando tanto sofrimento à amiga, Joaquim sai do quarto e se dirige à mãe de Letícia:
-Dona Antônia, o que a senhora sabe sobre o coelho? A Letícia disse que deseja a volta do coelho. Sinceramente, gostaria de ajudá-la. Ela perdeu algum coelho de estimação? Como um bichinho pode deixa uma pessoa tão arrasada!
- Não é possível que ela esteja se lembrando dele, já faz muito tempo que morreu! Sim, era branquinho e delicado. O pai a deu de presente na páscoa, e o cuidado que tinha com o animal era tão grande que após sua morte ficou três dias sem se alimentar. Só não entendo essa saudade repentina, se já havia se recuperado à tempos da perda.
-Então é isso! Alguma coisa a terá feito lembra-se do coelho.
             Joaquim retornou ao quarto na tentativa de consola-la. A moça escondeu o rosto dizendo não querer falar com ninguém. Sem entender, o jovem voltou para casa, planejando um meio de reanimá-la. Na busca por possíveis soluções, Joaquim conclui que, se o problema dela é o coelho, porque não comprar outro e levar-lhe de presente? Pensando desta forma, vai ao mercado, compra um coelhinho branco e retorna a casa da moça.
Dona Antônia o recebeu, admirada ao perceber que fazia tudo para ajudar sua filha. Calorosamente e oferece-lhe suco, o qual ele não aceitou. Agradecendo, adentrou imediatamente à casa em direção ao quarto da jovem.
Joaquim observou que Letícia não mais chorava. Contudo, olhava por traz das cortinas em direção à rua, mostrando entusiasmo diante de algo que parecia lhe devolver a vida. Curioso ele tentou se aproximar para saber o que a havia deixado feliz, no entanto a jovem não permitiu, dizendo não ser tão importante. Ao ver o coelhinho nas mãos de Joaquim, ela perguntou surpresa:
-Que fofo, de quem é este coelhinho?
- Eu o trouxe para você Letícia! Sua mãe me contou que você sofreu muito quando o coelho que você tinha morreu. Como ontem a vi chorando e dizendo ser por causa do coelho, decidi comprar outro para tentar amenizar sua dor. É para você, pega!
-Que lindo! Obrigada amigo, de coração, obrigada! Você é o melhor amigo do mundo! Mas o motivo de minha dor, não era a morte do coelho, e sim algo mais complicado. Não posso te dizer no momento, mas breve você saberá.
- Se não era pela morte de seu coelho, por qual coelho chorava então?
Naquele momento a campainha da casa tocou. Dona Antônia atendeu. Um jovem alto e belíssimo a cumprimenta. Em seguida olha para Letícia firmemente que não resistindo abraça-lhe com enorme quantidade de afeto!    Joaquim e dona Antônia observam por um momento a cena sem interrompê-la. Em instantes, Letícia se afasta, e o jovem finalmente se apresenta:
-Então a senhora é a mãe de Letícia? E o jovem, é seu irmão?
-Este é meu melhor amigo, o Joaquim! É meu verdadeiro irmão, veja o presente que me trouxe!
- Lindo animalzinho, e por sinal, tem meu nome! Desculpa pela brincadeira. Se permitirem me apresentar, sou Leandro Coelho, mais conhecido como “Coelho”. Aluno do último ano de medicina. Estava de partida para o interior, a fim de concluir a residência, mas, o amor que sinto por Letícia é tão imenso que não dormi enquanto não encontrei uma colocação próxima daqui, para não precisar deixar de vê-la! A proposito eu estou aqui para pedir a senhora Antônia que me permita oficialmente me tornar noivo de sua filha!
     Dona Antônia deixou o copo que estava em sua mão cair e Joaquim boquiaberto esforçou-se para recuperar a fala. Letícia por sua vez justificou-se:
-Mamãe e Joaquim, perdoem-me! Não conseguia fala depois que soube da transferência dele, mas, por este “coelho chorava eu” agora estou mais feliz do que nunca!
Joaquim assustado tentou compensar a decepção, pois mesmo que nunca tivesse se declarado, Letícia também era o amor de sua vida. Após a afirmação do jovem médico, perdeu o controle, saindo desesperado pela casa. lamentando e dizendo consigo mesmo:
- Esses coelhos só trazem sofrimento! Agora sou eu que devo dizer que a culpa do Coelho. Por ter dilacerado meu coração e roubado o grande amor de minha vida. Ou, a culpa foi minha por não ter me declarado antes dele? Bem, em se tratando de animais, ele foi mais esperto, portanto tenho que respeitar o Coelho. Já que nesse conto, o burro fui eu!


Biografia:
Escrevo desde 8 anos de idade.Embora não lembre por completo o poema, mas a primeira criação dizia sobre "A casinha da favela, não tem portas nem janela"... Ao ver o espanto e admiração de minha professora Marina, na segunda série primária, fiquei motivada a dar asas à imaginação. A boa noticia é que nunca mais consegui parar. Hoje Graduada em psicologa clinica, cantora e compositora. Escrevo peças, jograis para jovens, crianças e adultos. Projeto escrever livros, tendo já em andamento três obras de ficção.
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