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🔵 Uma noite em Las Vegas
Rafael da Silva Claro

Era a primeira vez que eu veria aquele cover. Geralmente, os imitadores do músico falecido se caracterizavam com perfeição e arrastavam uma procissão de fãs. Fãs do próprio imitador. Pela idade, a plateia, assim como eu, era composta por jovens que nasceram quando o cantor já havia morrido. Exercendo a minha enganosa autoridade musical, eu julgava o que veríamos, uma atração para pessoas de meia-idade ou mais, portanto, incompatível com minha juventude anárquica.

Meus pais assistiam àquelas apresentações do cantor original com um entusiasmo saudosista. Enquanto eu via um cara inchado, transpirando muito, se arrastando pelos palcos, se apresentando num “resort” para uma audiência mais madura e milionária. Uma coisa meio “especial de fim de ano do Roberto Carlos”, “cruzeiro marítimo no navio do Julio Iglesias” e “excursão da terceira idade nas Cataratas do Iguaçu”. Aquele senhor não parecia o mesmo carinha elétrico que, segurando um violão, cantava rock para uma plateia repleta de adolescentes em chamas.

Na grande noite, o artista cover surgiu, e eu pude confirmar o que já suspeitava. A impressão inicial realmente era cheia de estereótipos, mas a visão que eu construí não permaneceria após uns 5 minutos de espetáculo.

Não sei se o carisma fazia parte do macacão cheio de brilho, dos óculos escuros, das correntes, das ótimas canções ou daquele farsante que estava vestido de Elvis Presley. Quando começou o show, me senti numa noite em Las Vegas, fiquei sério e me esforcei para não fracassar cantando a frase “kiss me quick” (quando o Elvis me franqueou o microfone).

Pelo que sempre vi, esperava algo caricato, achei que iria rir do começo ao fim do espetáculo. A imagem que eu tinha, era de um decadente programa de televisão levando um “tiozão” para visitar a mansão do astro em Menphis. O visitante, fã do “Rei do Rock”, arranhava ‘Blue Suede Shoes’ e ‘Love me Tender’ nas horas vagas.

No entanto, por serem fãs, “os Elvis” espalhados pelo mundo provavelmente fazem um ótimo show. Inesquecível, como aquele, num barzinho de Las Vegas, digo, Guarulhos.






Biografia:
Ensino secundário completo. Trabalhei em várias empresas, fora da literatura. Tenho um blog, onde publico meus textos: “Gazeta Explosiva” Blogger
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