Login
E-mail
Senha
|Esqueceu a senha?|

  Editora


www.komedi.com.br
tel.:(19)3234.4864
 
  Texto selecionado
Um planeta desconhecido
DIRCEU DETROZ

Foi a inteligência quem fez os humanos se sentirem uma raça superior. Ela também é a responsável por nosso quase completo desconhecimento do lugar que habitamos. À medida que fomos nos aprisionando nas selvas de concreto, passamos a acreditar ser apenas nós e nossos animais de estimação.

Quanto mais somos aparelhados pela tecnologia, mais essa crença cresce. Perdemos a noção daquilo que nos rodeia. As selvas. Os mares. Os rios. Os desertos, Os polos gelados. As cordilheiras que se escondem nas nuvens. A vida intensa que nasce, vive e morre nesses lugares. É fato. Nem sabemos exatamente o que estamos destruindo.

Além de desconhecido pela raça humana, o planeta Terra é um lugar perigoso. Num piscar de olhos a morte pode chegar causada por um terremoto. Pela erupção de um vulcão. Pelas ondas de um tsunami. Nenhuma inteligência é capaz de evitar tais tragédias. E nós os humanos seremos os responsáveis por causar outras tantas.

Sim! A Terra é um lugar perigoso. Entretanto, o friozinho na barriga que sentimos ao nos darmos conta de que o nosso planeta é fascinante não tem preço. Devemos agradecer por esse friozinho gostoso os canais de TV que exibem documentários mostrando lugares fora das selvas de concreto. Os homens e mulheres que viajam para filmá-los.

O que os habitantes das selvas de concreto veem olhando para o céu a noite? Então, que privilégio é ver as tomadas gravadas das noites límpidas e estreladas nas selvas africanas. Ver o predador e a presa lutando não apenas pela sobrevivência. Precisam batalhar também contra o predador inteligente para escapar da extinção. A disputa por território. As migrações para fugir das secas. Nós somos a raça superior, mas são os grous que migram voando a oito mil metros de altura sobre as montanhas do Himalaia.

Sem um calendário, já está ficando difícil destingir as estações do ano nas selvas de concreto. Nos lugares onde a civilização ainda não chegou principalmente próximos aos polos, as primaveras e os curtos verões exibem todo o seu esplendor. Uma explosão magnífica de cores, antes de serem substituídos pelos escuros outonos e invernos. É nos polos que as consequências das mudanças climáticas se mostram mais assustadoras.

Claro que os documentários não esquecem os mares. A exuberância da vida marinha é de tirar o fôlego. Eles foram o berçário da vida no planeta. Neles nadam graciosos os maiores seres vivos que conhecemos. As baleias. De novo pelas mãos dos predadores inteligentes os mares adoeceram. Antes de morrerem provocarão tragédias que matarão milhares desses predadores.

A nossa inteligência não impede de sermos o elo mais fraco do planeta. Nem nos garante exclusividade. Nossa crença de raça superior é enganadora.


Biografia:
Sou catarinense, natural da cidade de Rio Negrinho. Minhas colunas são publicadas as sextas-feiras, no Jornal do Povo. Uma atividade sem remuneração.Meus poemas eu publico em alguns sites. Meu e-mail para contato é: dirzz@uol.com.br.
Número de vezes que este texto foi lido: 64198


Outros títulos do mesmo autor

Crônicas A pandemia do egoísmo DIRCEU DETROZ
Poesias Oceanos no centro da Terra DIRCEU DETROZ
Crônicas Da placenta ao Antropoceno DIRCEU DETROZ
Crônicas A garota dos coturnos voltou DIRCEU DETROZ
Crônicas Os ossos esquecidos DIRCEU DETROZ
Poesias MUROS DIRCEU DETROZ
Crônicas O monstro, a ciência e as reflexões DIRCEU DETROZ
Crônicas Nossa inteligência é ficção DIRCEU DETROZ
Crônicas Os biosferanos DIRCEU DETROZ
Crônicas Um desengonçado Daniel DIRCEU DETROZ

Páginas: Próxima Última

Publicações de número 1 até 10 de um total de 1024.


escrita@komedi.com.br © 2025
 
  Textos mais lidos
A FARSA DA USURA - fabio espirito santo 64407 Visitas
Definidas as semifinais do Paulista A3 2024 - Vander Roberto 64308 Visitas
Refloresceu .... - Maisnatureza 64247 Visitas
Derecho al agua potable - Yuran Lukeny Antonio Mulenza 64241 Visitas
Faça alguém feliz - 64235 Visitas
O “stress” pode ser uma escolha... - jecer de souza brito 64235 Visitas
CENA de RUA: livro de imagens - Tânia Du Bois 64234 Visitas
Coração - Marcos Loures 64234 Visitas
Vento Brando - José Ernesto Kappel 64234 Visitas
Porque ler POSTIGOS - Tânia Du Bois 64232 Visitas

Páginas: Próxima Última