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- NÃO OLHE PARA FORA DA JANELA –
Ana Vasconcelos

Toda semana era a mesma coisa, ela trabalhava durante o dia e quando a noite caia tinha que se deslocar para cidade vizinha para assim então chegar à faculdade. Durante alguns tempos começou frequentar especialistas, pois coisas estranhas estavam acontecendo em sua cabeça e em busca de ajuda recorreu no final das contas a remédios denominados fortes segundo seus médicos.
      Faltava exatamente uma semana para sexta-feira 13 e todos já estavam eufóricos com sua chegada, pois cientistas haviam alegado que um meteoro poderia chegar perto da terra e que este fato poderia ser visto a olho nu por todo o mundo. Não se comentava mais nada além do horário, tamanho ou cor que esta coisa iria ter, todos tinham a intenção de ver e gravar em tempo real tudo que possivelmente ocorreria.
       Numa segunda-feira Mary passou muito mal e sua saúde foi considerada em risco, mas mesmo desta forma a mesma quis ir à faculdade, pois como a própria dizia este era o único local do qual sua mente descolava dos pensamentos devastadores para assim observar o comportamento de quem a rodeava. Olhando para fora da janela apenas era possível visualizar poucas luzes vindas estas dos outros carros que ultrapassavam o ônibus, esse habito de sempre querer ficar ao lado da janela era sinônimo da tentativa de viajar não apenas fisicamente, mas psicologicamente em pensamentos que oscilavam em fatos que poderiam acontecer ou até mesmo coisas de seu passado.
        No caminho de volta para casa olhando novamente para fora da janela o ambiente era ainda mais sombrio, pois já se aproximava de meia noite e como consequencia era pouco o movimento que ali existia. Mary começa então a sentir dores profundas e uma tontura absoluta, porém não conta a ninguém com a intenção de não tomar a atenção dos passageiros, volta observar a paisagem e então eis que vê uma luz distante ao meio de uma enorme plantação e logo em seguida é capaz de ver um vulto que passa em frente a luz misteriosa, misteriosa devido ao fato de que ali não havia nenhuma casa ou vestígios de que alguém teria passado ou monitorado algo por aqueles lugares. Logo se assustou o que piorou ainda mais suas dores, mas ainda assim continuou em silencio constante.
        Durante o resto da semana tudo pareceu estranho e ameaçador, Mary não conseguia dormir nem se quer com as luzes de seu quarto desligadas. Manteve esta história de luzes e vultos em segredo para que ninguém pensasse que poderia estar enlouquecendo com os remédios ou até mesmo contando mentiras para causar um espanto coletivo.
        A semana foi se passando e a cada dia uma ou mais pessoas diferentes de dentro do ônibus começou ter as mesmas coisas que Mary havia sentido na noite de segunda-feira, porém estas pessoas discutiram publicamente que em determinada trajetória para casa haviam visto uma espécie de vulto no mesmo lugar da estrada e cada vez mais pessoas ficavam curiosas para também serem privilegiadas de ver tal coisa. Dentre os passageiros 11 disseram ter visto esta coisa indescritível, sem contar com Mary que um dia após o ocorrido procurou saber o que tinha sentido naquela noite e ao pesquisar sobre seus remédios descobriu que não passavam de meros placebos o que agravou mais ainda seus pensamentos, pois pensava que tinha visto o vulto pelo fato de estar dopada e que o resto do pessoal estava apenas inventando aquelas histórias.
        Era sexta-feira e todos estavam avidamente olhando para fora das janelas em busca de visualizar o tal meteoro que estava previsto de passar próximo a terra por volta de meia noite, todos eufóricos e fazendo muito barulho com suas conversas altas, até mesmo o motorista estava entusiasmado com tal fato publicado e amplamente comentado. O motorista havia sido informado da historia polemica dos vultos avistados em meio ao caminho de volta e tinha dito que poderia ser algum segurança ou algo do tipo, nada com que se preocupar tanto como estavam se preocupando.
        Quando eram 11h50min o motorista parou o ônibus alegando estar passando mal com fortes dores e falta de ar, porém depois de passados 20 minutos começou a voltar ao normal e tomou lugar na pista novamente, após dois quilômetros à frente eis que os faróis começam ficar com mau contato e piscar sem cessar o que causou pânico ao motorista que logo em seguida viu um vulto vindo de encontro com o ônibus fazendo desta forma o mesmo perder o controle na pista, capotando e explodindo o automóvel, causando assim o falecimento de todos passageiros e devido à ampla quantidade de luz e barulho que o acidente produziu alguns indivíduos ao longe pensaram ser o tão comentado meteoro, mas era apenas um mal entendido que foi esclarecido pela manha onde constataram o falecimento de 13 pessoas completamente carbonizadas.





Biografia:
19 anos. Cursando Contabilidade. A gente se encontra por aqui> ana.vasconcelloscommando@hotmail.com <

Este texto é administrado por: Ana Vasconcelos
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