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Doce Sono
Archibald G. Brown

Título original: Sweet Sleep



Por: Archibald G. Brown (1844-1922)


Traduzido, Adaptado e
Editado por Silvio Dutra


Archibald Geikie Brown (18 de julho de 1844 - 02 de abril de 1922) foi amigo de Charles Haddon Spurgeon; e de 1908-1911, foi pastor do Tabernáculo Metropolitano em Londres - a igreja antes pastoreada por Spurgeon.
Seu estilo sensível e quase poético revela um homem de Deus piedoso, que em seus escritos, inspira os nossos espíritos para o que é nobre e elevado.




"Nosso amigo Lázaro dorme". (João 11:11)

A tristeza tinha visitado a aldeia de Betânia, porque o amado irmão Lázaro tinha sido acometido de uma enfermidade. Suas duas irmãs, Maria e Marta o amavam - mas também sabiam que elas não eram as únicas por quem seu irmão era amado; então mandaram imediatamente um mensageiro a Jesus dizendo: "Senhor, eis que aquele a quem tu amas está doente!" João 11.3. Nós teríamos suposto que, logo que tal mensagem chegasse ao nosso Divino Mestre, ele teria se apressado a ir a Betânia, e com a imposição de sua mão amorosa afastaria a doença. Mas não, "seus caminhos não são os nossos caminhos, nem os seus pensamentos os nossos pensamentos", porque quando ouviu o relato sobre o sofrimento, ele ficou ainda dois dias no mesmo lugar.
Que dias cansativos e longos devem ter sido aqueles para as irmãs de Lázaro. Eu posso imaginar Maria dizendo: "Eu tenho certeza que ele o ama", e Marta respondendo, "Eu sei que ele virá", e elas olhavam uma para a outra, enquanto seus corações faziam a pergunta que seus lábios se recusavam a pronunciar. "Se ele o ama, então por que se atrasa?" E agora, seu irmão piora rapidamente, e é evidente para elas, que o fim está próximo. O último suspiro é dado, os olhos ficaram vidrados, e tristemente elas disseram: "Ele se foi!"
A sepultura recebe o pó muito amado, e toda a esperança se extingue nos seios das irmãs. Mas onde está Jesus? Será que ele esqueceu o seu amigo? ele é ignorante de tudo o que se passou? Não, ele só está esperando para ser gracioso, pois ele agora está dizendo aos seus discípulos: "Nosso amigo Lázaro dorme, mas vamos para que eu possa despertá-lo do sono."
Na estrada ele se reuniu pela primeira vez com uma das irmãs, e depois com a outra; e a linguagem de ambas era a mesma: "Senhor, se tivesses estado aqui, meu irmão não teria morrido." Esta foi a sua crença - mas foi o propósito de nosso Senhor que o seu amigo devesse provar a morte, para que nenhum suporte devesse vir antes do final ter sido alcançado; pois ele havia determinado glorificar a si mesmo, e não por curar uma doença - o que poderia ser atribuído pela multidão à habilidade meramente humana em medicina - mas levantar o morto à vida, é uma prerrogativa somente de Deus.
É nosso propósito nesta noite nos debruçarmos sobre as palavras de Nosso Senhor aos seus discípulos: "Nosso amigo Lázaro dorme". Também vamos tomar a liberdade de deixar de fora a palavra "Lázaro", como é verdade para todos e cada um dos santos que morrem, que eles somente dormem. Como Igreja temos sofrido uma grande perda com a morte de nosso amado irmão George Starling. Um dos mais consagrados do nosso número foi derrubado. Um dos amados do Senhor foi removido da terra para o céu. O nosso amigo George Starling dorme. Mas antes de olharmos para o texto como sendo especialmente aplicável a ele, vamos com a ajuda de Deus meditar sobre algumas das coisas doces sugeridas por suas palavras.
Temos em primeiro lugar - uma doce relação declarada: "O nosso amigo."
Em segundo lugar - um fato solene sugerido - os amigos de Cristo morrem.
Em terceiro lugar - uma descrição amável dada, "Nosso amigo dorme."
I. Temos então no texto, um relacionamento doce declarado: "O nosso amigo."
Eis aqui uma condescendência maravilhosa. Nosso Senhor não se voltou para os seus discípulos e disse: "Seu amigo dorme", mas ele se colocou lado a lado com eles em seu carinho e disse: "O nosso amigo." Confesso que, quando em meu estudo li este versículo lentamente, eu me detive com a maior alegria nesta palavra – e permaneci sobre ela, e descobri que quanto mais eu fazia isso, mais doce ela se tornava. Parece-me, para ensinar tão docemente, o fato abençoado que Jesus é um com o seu povo. Isto é o mesmo que dizer: "Você o ama? Assim como eu você reconhece Lázaro entre os seus amigos? Então eu também. Eu sou um com você em suas tristezas, um com você em suas alegrias, e um com você em suas amizades também."
Agora, para muitos aqui presentes que são crentes no Senhor Jesus, eu diria: "Amados, vocês ocupam esta posição. Vocês são os amigos de Jesus, e ele voluntariamente os considera como tal."
Vamos por alguns minutos meditar sobre a amizade que Cristo tem por seus filhos, e ao fazer isso eu iria notar em primeiro lugar, que isto é uma coisa real. Há muita amizade superficial, muito da boca para fora - mas pouco do coração. Esta é uma época de fraudes; e, entre elas, a mais hedionda, que é a falsa amizade. Temo que as amizades de hoje em dia são mais numerosas - mas menos reais do que as de alguns anos atrás. Mas a amizade que existe entre Cristo e seus discípulos não é somente de palavras: palavras de amor que ele fala, sua verdade, e doces palavras elas são - mas a sua doçura principal reside no fato de que cada palavra de seu lábio tem um profundo eco em seu coração.
Isto é também uma amizade que é vivamente retribuída pelos santos. No amor de um santo ao seu Salvador, há uma realidade abençoada. Quem mais ele não possa amar com todo o seu coração, no entanto deve amar assim o seu Salvador. Ele pode estar em dúvida sobre qualquer outra coisa, mas não pode duvidar do fato de que ele ama Jesus. Com Pedro ele diz: "Você sabe todas as coisas, você sabe que eu te amo!" (João 21.17)
Nesta amizade, há segredos bem guardados em ambos os lados. O velho ditado é correto "sussurros separam os maiores amigos"; mas em estreita amizade nada é oculto; assim sussurros nada têm a revelar. Quando Jesus diz a alguém, "meu amigo", ele declara uma amizade que ignora todo tipo de segredo, pois "o segredo do Senhor é para os que o temem." (Salmo 25.14)
Diz-lhes os segredos do seu amor, os segredos de seus sofrimentos para eles, os segredos da glória que tem colocado sobre eles. A doce obra de santificação é aprendida sobre Jesus, e é a missão do Espírito Santo tomar das coisas de Cristo e revelá-las a nós.
Assim é conosco que somos seus amados; não poderíamos mesmo se quiséssemos, e ainda se pudéssemos, nada poderíamos esconder dele.
Se houver um pecado secreto no coração, se houver uma falha na vida, sois minhas testemunhas oh santos de Deus, que não haverá paz para nós até que, como a mulher do passado, temos que "contar-lhe tudo" (Marcos 5,33). Fardos pesados ​​rolam para fora da alma, e doce tranquilidade flui por se dizer tudo a Jesus.
Estamos sendo inclinados pela dor, ou oprimidos e feridos pela aflição? Nós só podemos encontrar alívio da mesma forma que os primeiros discípulos: "eles foram e disseram a Jesus." (Mateus 14.12)
E oh, como é doce em momentos de silêncio dizer-lhe nas profundezas secretas de nosso coração, que nós o amamos. Essa é a verdadeira comunhão, quando Cristo diz seus segredos aos seus discípulos - e os discípulos em troca confidenciam o seu tudo a ele.
Jesus mostra a sua amizade, ajudando na hora da necessidade. Você pode pensar que você tem muitos amigos dispostos a ajudá-lo; sem dúvida você os tem, assim como você não está agora na necessidade de qualquer ajuda.
Mas espere até que você precise, e vai encontrar a única vez para contar quantos amigos você tem de verdade, pois é quando você precisa deles; e, então, geralmente não é uma coisa difícil contá-los porque certamente não serão uma multidão.
Sem dúvida, no meio da multidão, aqui esta noite, há alguns corações que conhecem a amargura de descobrir que aqueles a quem eles supostamente seriam mais firmes e fiéis na hora da provação, tornaram-se como nada.
"Um amigo na necessidade é um amigo de verdade." E quando Jesus chama alguém de "meu amigo", ele mostra sua amizade por mil provas de amor. Nunca é a amizade de Cristo tão docemente mostrada, como quando mais precisamos dele.
Além disso, se uma pessoa diz para mim, "meu amigo", eu naturalmente espero que ele vá mostrar sua amizade chamando para me ver. Apenas assim, doces são as visitas de amor que Jesus faz a seus amigos. Como eles podem ser descritos? Você não pensou às vezes, talvez quando deprimido ou na doença, "certamente fulano vai me chamar e ajudar para passar o tédio do dia." Que emoção de alegria que você experimentou quando a batida conhecida soou, e a voz familiar foi ouvida subindo as escadas.
Mas a batida mais doce que eu conheço, é a daquele que diz à sua igreja: "Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele , e ele comigo. " (Ap 3.20)
Sim, Jesus convida seus amigos; ele vem a eles em sua solidão; e quando ninguém está perto, ele fala tão docemente que o tempo voa, e somos obrigados a dizer: "É bom estar sozinho com alguém senão somente contigo”. Como os discípulos viajando para Emaús, podemos esquecer a distância, enquanto ele fala conosco pelo caminho, e faz nosso coração arder dentro de nós.
Jesus nunca é causa de vergonha para seus amigos. Uma vez que ele tenha dito, "meu amigo", ele nunca retira a frase. Existem muitos amigos borboletas que voam ao nosso redor. Eles são vistos no verão da prosperidade - mas primam pela ausência, no inverno da adversidade. Quando o sol brilhou em você, você dificilmente poderia contá-los em seu grande número; mas quando as coisas mudaram, você dificilmente poderia contá-los afinal.
Uma vez você saiu, e todo mundo parecia conhecer você; mas agora se você andar ao longo da rua todos os seus velhos conhecidos parecem estar acometidos de uma súbita falta de visão; você é ignorado pelas mesmas pessoas que costumavam ser as que mais o saudavam.
A maioria deles teria vergonha de ser visto andando com você por meio quilômetro; tais, infelizmente! são algumas das amizades insignificantes deste mundo.
Mas se Jesus diz: "Meu amigo," ele vai ficar ao meu lado em tempos de pobreza, bem como de riqueza. Ele vai ficar ao meu lado quando o mundo me despreza, e quando todos os outros me deixam. Ele é "um amigo que é mais chegado do que um irmão." (Prov 18.24)
Mais um pensamento antes de eu fechar este primeiro ponto, e que é a amizade de Jesus dura para sempre. Quanto mais doce a amizade - mais terrível é o golpe quando é cortada. Onde estão muitas das nossas amizades na terra agora? Quem entre nós não pode olhar para trás e chamar à memória rostos bem-amados que têm sido escondidos dos nossos olhos durante anos, e permanecerá assim até o toque da trombeta da manhã da ressurreição.
Na experiência de alguns, o laço mais sagrado na terra foi desfeito. "Até que a morte nos separe" tem se tornado uma realidade, e a memória de um passado feliz é tudo o que resta do amor do casamento.
Os pais têm visto os seus botões de rosa murcharem na casa - e amigos do peito foram arrancados pela mão cruel da morte.
Tenho poucas dúvidas de que, na congregação de hoje à noite, mil amizades quebradas estão representadas. Mas a amizade que existe entre Jesus e seus amados nunca pode ser quebrada. Que minha alma o ouça dizendo: "meu amigo"; que ele sussurre em meu ouvido que estou entre o número feliz daqueles que ele chama de seus amigos - então aconteça o que acontecer, na doença e dor, ele vai ficar ao meu lado e se chegará mais perto quando o meu corpo ficar mais fraco.
Na última luta, quando eu suspirar para cada respiração, quando a terra com todo seu brilho recuar; quando o suor pegajoso estiver em gotas sobre a minha testa, mesmo assim, apesar de estar surdo para todos os outros sons, meu ouvido ouvirá a sua doce voz dizer: "Meu amigo, meu amigo!"
E quando a morte for vencida, e apenas o barro frio permanecer, então aqueles lábios amorosos declararão: "nosso amigo dorme", porque "preciosa aos olhos do Senhor é a morte dos justos." (Salmo 116.15)
Certamente, então, podemos dizer que no texto desta noite temos uma doce relação reconhecida: "nosso amigo".
II. Em segundo lugar e mais rapidamente, temos um fato solene sugerido. Os amigos de Cristo morrem. A amizade de Cristo não nos isenta da morte. Esta ceifeira da morte a ninguém poupa. A morte não pergunta se o molho de trigo está maduro para a glória - ou se ainda está verde, e não preparado para a foice. Ela não pergunta se a vítima é um filho de Deus - ou um dos devotos do mundo. Este cortador não retém a foice, porque o que vem diante de sua varredura é um dos principais sustentáculos da igreja, ou um dos seus membros mais brilhantes.
O braço da morte não é paralisado porque alguém é um amigo de Jesus. Todos são igualmente cortados - o amigo e o inimigo do Salvador; o lírio do vale - e os cardos do deserto; os preparados e os não preparados.
O pecado deve ter a sua punição. A semente produzirá seu fruto preto; e embora o pecado do crente seja perdoado, no entanto, permanece enraizado em sua própria natureza. Com apenas duas exceções, todos os amigos de Cristo desde a época de Abel em diante, tiveram que morrer, e:
"Dez mil para a sua casa sem fim
Este momento solene voa;
E nós estamos à margem que vem,
E esperamos morrer. "
Cristo permite que seus amigos morram, a fim de tornar manifesto o quão completamente ele venceu a morte.
Suponha que em vez de experimentar a morte, todos os amigos de Cristo fossem como Enoque que foi arrebatado em glória; talvez a morte se vangloriasse e dissesse: "Aha, eles não se atrevem a me encontrar no campo. O seu Senhor tem medo de colocar sua vitória à prova. Seria fácil para eles dizer "Ó morte, onde está o teu aguilhão?” Porque eles nunca me encontraram em meu próprio vale escuro. Seria fácil para eles assumirem a vitória quando eles foram poupados da luta."
Agora, o Senhor não terá morte se triunfando desta forma, e, portanto, ele declara: "Meus amigos devem encontrar você, os orgulhosos vencedores, num único combate eles devem, um por um, fazer você comer o pó! Diante de meu filho mais fraco, seus terrores vangloriosos falharão - mil canções de triunfo serão cantadas por lábios trêmulos, sua derrota absoluta deve ser declarada por todos os meus amigos que morrem." Sim, amigo de Jesus, a menos que o Senhor volte e o receba em seus braços - você deve morrer, para ser mais um testemunho de sua vitória sobre o último inimigo.
Outra razão pela qual os amigos de Jesus morrem, é que eles podem ser postos em conformidade com o seu Senhor.
Pode parecer estranho para alguns de seus ouvidos - mas eu acredito que há muitos aqui que preferem morrer, para que possam ser conformados com o seu Mestre em tudo.
Sem dúvida, será uma honra ser um daqueles na Terra quando Jesus vier, e "seremos arrebatados ... para encontrá-lo no ar, e assim estaremos para sempre com o Senhor" (1 Tessalonicenses 4.17). Mas eu considero ser uma honra maior morrer; para sermos conformes à Jesus na sua morte; e segui-lo para a sepultura. Certamente estes terão precedência no dia da segunda vinda do Senhor; por isso é que aqueles que dormem em Jesus ressuscitarão primeiro, e depois mais tarde aqueles que estão vivos e permanecem vivos sobre a terra, serão arrebatados.
Que os amigos de Cristo morrem é certo, pois "nossos pais, onde eles estão?" (Zacarias 1.5) Abraão, "o amigo de Deus", foi recolhido a seu povo, e seu pó depositado na caverna de Macpela. Isaque, Jacó, e Daniel, e todos os profetas foram para a sepultura; e o discípulo amado, que apoiou a cabeça sobre o peito do Salvador, tinha que morrer.
Não estão centenas aqui esta noite que têm, senão que olhar para o registro da família na antiga Bíblia para ver os nomes dos amigos de Jesus que já há muito adormeceram nos braços de seu salvador?
Os amigos de Cristo podem igualmente ser chamados a morrer uma morte muito dolorosa. Quão geralmente é uma falácia afirmar que uma morte fácil é o sinal de graça. Quão comum é a expressão "Tenho certeza de que ele está feliz agora, pois ele morreu muito calmamente." Não existe maior erro que possa ser feito do que supor que a natureza da morte, seja qualquer indicação do estado da alma. Alguns dos mais mundanos morrem sem quaisquer apertos na sua morte; enquanto, por outro lado, alguns dos mais piedosos morrem com as mortes mais difíceis, acompanhados com a mais aguda agonia que o corpo humano pode suportar.
Os apóstolos de Cristo foram favorecidos sem mortes fáceis. Pedro foi crucificado. Tiago e Paulo decapitados. Do restante, poucos escaparam do martírio. E sobre o nobre exército de mártires? Você não acha que Cristo os amou, mesmo quando envolto em chamas? O que foi que sustentou o pobre coitado no naufrágio – senão a voz amorosa de Jesus sussurrando em seu ouvido: “meu amigo”.
O caso do nosso amigo falecido George Starling é uma prova notável do fato de que os amigos de Cristo podem ter uma morte dolorosa.
Eu vi dezenas de mortos, e estive junto do leito de morte de muitos filhos de Deus e amigos de Jesus - mas eu não acho que eu já tenha visto uma viagem mais dolorosa através do vale.
Não me lembro de ter visto uma luta mais dura com a morte até o último momento; e ainda quando nosso Salvador olhou para aquela ala tranquila no Hospital, e viu nosso irmão se contorcendo de dor, ele disse, "Nosso amigo, George Starling!"
III. Nós temos neste texto, uma descrição muito terna. "O nosso amigo dorme" e não - o nosso amigo está morto. Quão doce é esta descrição da morte, e ainda não mais doce do que verdadeira. Esses versos que você cantou um pouco antes do sermão eram não somente uma poesia doce, mas uma preciosa verdade.
"Isto não é a morte... morrer,
Para deixar esta viagem cansativa,
E em meio à irmandade no alto,
Estar em casa com Deus.
Não é a morte fechar
O olho tanto tempo esmaecido pelas lágrimas,
E acordar em repouso glorioso
Para passar anos eternos!
Jesus, Oh Príncipe da vida!
Seus escolhidos não podem morrer;
Como você, eles vencem na contenda,
Para reinarem com você no alto! "
Quão agradável é a ideia de sono. Vamos tentar, e por alguns minutos meditar na metáfora.
Dormir, deve ser um lugar para descansar. O viajante cansado estende-se sobre a relva. O homem rico reclina sobre o leito de dor. Onde os entes queridos de Jesus descansam? Seus corpos dormem no túmulo - mas a alma emancipada está envolvida em seus braços amorosos e no seu seio aquecido.

No sono, há um descanso da dor. Você não viu isto, quando sentou ao lado da cama do doente, e agradeceu a Deus quando o sono fechou as pálpebras do sofredor? A testa que foi franzida com a dor torna-se suavizada; as mãos crispadas em agonia relaxam; os gemidos são abafados. Porque uma dor passageira é uma coisa esquecida.
"O nosso amigo dorme."
Há descanso da dor na morte. Quando recebi o telegrama na sexta à noite, dizendo que o irmão Starling tinha partido (porque ele morreu apenas alguns instantes depois que eu o havia deixado) eu só podia dizer "graças a Deus, o pobre homem agora está livre de sua agonia! O doente repousa de seu sofrimento."
No sono, há um descanso quanto aos cuidados deste mundo. Você pode ter ficado preocupado e aflito durante todo o dia. Um peso de chumbo tem pressionado em cima de seu espírito e um pressentimento ansioso encheu seu coração. Mas agora o sono leva você em seus braços, a tensão mental se afasta – o cuidado por algum tempo, pelo menos, é banido.
Da mesma forma, os amigos de Jesus esquecem suas mágoas, quando adormecem Nele. Você já assistiu uma criança soluçando para dormir? Muitas vezes eu tenho. O pequeno chora como se fosse quebrar seu pequeno coração, e grandes lágrimas rolam por suas pequenas bochechas. Aos poucos os soluços se tornam menos frequentes, a última lágrima brilha no olho, e agora ele dorme. Um sorriso se abre em redor dos lábios. O arco-íris se seguiu à tempestade. Da mesma forma, os filhos de Deus, muitas vezes choram - para dormir - e acordam no céu, sem uma lágrima, porque seu Deus enxugou todas elas.
Dormir implica acordar. Nós somente nos pomos a dormir com a visão de despertar renovados; e é a expectativa de acordar, que distingue o sono da morte. Jesus somente permite que seus amigos durmam, porque ele pode garantir o seu despertar. Ele faz os seus amados dormirem, para despertá-los quando a manhã do dia da ressurreição começa a despontar.
Os entes queridos da maioria de nós que dormem em suas tumbas tranquilos, são vistos por seu amigo celeste com uma solicitude para além daquela de uma mãe por um recém-nascido; e quando ele sussurra em seus ouvidos: "Amados, é hora de vocês acordarem!", então, os que dormiam no pó, ressuscitarão, bonitos, glorificados, e com o orvalho de uma eterna juventude!
E agora eu quero, como eu disse no início do sermão, inserir as palavras de "George Starling." Sim, o nosso amigo; e eu sei que não há ninguém aqui presente e que conhecia nosso irmão, que não reivindique a palavra, "nosso amigo George Starling dorme."
A maioria de vocês o conhecia, e tudo o que fez, e por isso deve tê-lo amado. Eu não vou, esta noite, fazer um alto elogio rápido sobre ele; não há motivo para isso, e eu não tenho, senão pouca simpatia com esta prática. Também não estou pregando o que é geralmente considerado um sermão fúnebre; mas eu sinto que quando Deus nos permite testemunhar um triunfo notável sobre o último inimigo, é apenas o direito de dar-lhe uma simples consideração.
Deixe-me, portanto, em uma ou duas palavras, dizer-lhes alguns fatos sobre o nosso amigo que dorme.
Nosso querido irmão orou pela última vez neste lugar há seis semanas. Muitos de vocês vão se lembrar da oração. Foi o que aconteceu naquela segunda-feira à noite que ficou muito colocado no meu coração que estavam presentes alguns mais do que usualmente deprimidos em espírito. Ao olhar sobre os presentes para ver quem chamaria para orar, meu olho caiu sobre o nosso querido irmão, e algo me disse, "peça a ele." Eu o fiz, e lhe pedi que lembrasse especialmente dos desconsolados e tristes em sua oração. Ele me disse no hospital, que ele mal sabia como orar naquela noite, pois foi naquele dia que o médico lhe tinha dito que não havia esperança para ele. Aquela oração nunca será esquecida por muitos de nós. Houve um modo
peculiar sobre isso, e não admira; porque o pobre homem estava orando por ele mesmo.
Logo após isso, ele desceu para Chatham, sua terra natal, sendo desejoso de falar de Cristo para alguns de seus velhos amigos lá, antes que ele não mais estivesse aqui. Ele me disse em seu leito de morte do momento feliz que ele passou lá; quando doente demais para ficar de pé, ele se sentou em uma cadeira e se dirigiu aos que costumavam ouvir as suas palavras antes de vir para Londres.
Pouco depois de seu retorno de Chatham, ele entrou no hospital, e foi lá que ele triunfou. Quando eu fui vê-lo, ele estava na agonia mais excruciante. Eu não vou tentar descrevê-lo; seria, senão exacerbar os seus sentimentos, e isto não faria qualquer bem. Basta dizer que era a maior dor que o corpo humano poderia suportar. Eu disse a ele: "Bem, irmão e como você está em sua alma agora?" Ele disse ofegante, "Ele é precioso – precioso... Oh, ele é precioso... eu não posso te dizer o quão é precioso."
Alguns momentos depois, ele acrescentou: "Caro pastor. Eu só tenho uma provação, e isso é que minha querida esposa não está tão feliz como eu estou." Por um momento ou dois tentei animá-lo, e disse, "talvez você possa ser levantado de novo"; quando, com um olhar que carregava convicção ele disse: "Nunca; o Senhor me disse que eu estou indo para casa!" e, em seguida, voltando-se para mim, disse em intervalos da forma mais simples, "Você pode explicar, Sr. Brown, como é que eu estou tão disposto a morrer, porque você sabe que eu tenho todas as razões por que eu deveria desejar permanecer na terra? Tenho apenas vinte e seis anos. Eu tenho uma esposa amorosa e uma menina querida, e tudo para me fazer feliz, e ainda assim o meu desejo é partir. Eu realmente gostaria de morrer. Certamente é porque eu quero estar com Cristo, que é muito melhor."
A enfermeira da ala me disse: "se alguma vez houve um bom homem no hospital, este é ele, e ele é muito grato por tudo. Eu tenho certeza que eu nunca faço qualquer pequeno ato de bondade para ele, mas apesar de toda a sua dor, o sorriso vem sempre aos seus lábios." Agradeci a Deus por esse testemunho.
Poucos dias depois, quando sentado ao seu lado, eu falei com ele das alegrias do Céu que o aguardavam; sendo incapaz de falar, ele fez sinais para a ardósia para ser dada a ele, e, lentamente, escreveu: "Eu tenho a promessa do Céu dentro do meu coração já agora." No dia seguinte, quando estive lá, eu pensei que ele estava inconsciente, e eu disse à sua esposa: "Que tipo de noite ele passou?" Ela respondeu "uma terrível. Ele tem ficado delirante na maioria de suas horas; mas mesmo em seu delírio seus pensamentos se desviaram para a melhor das coisas; porque ele recuperou a voz e cantou um hino." Nosso irmão despertou e disse: "Será que eu realmente cantei um hino na noite passada, querida? Qual foi?" Ela respondeu,
"Jesus, o próprio pensamento de Ti,
Com doçura enche meu peito;
Mas mais doce é ver o seu rosto,
E em sua presença descansar."
Eu não poderia deixar de perguntar em que tom ele cantou isto. Ele, apontando para sua esposa, disse: "Eu acho que sei qual é que deve ter sido, porque eu sou tão apaixonado por ele. Não foi isso?" E para minha surpresa, convocando toda a sua força, ele começou a cantar a música doce. Olhando para sua esposa, ele disse: "Foi isso não é?" E ela respondeu: "Sim." No encerramento deste culto vamos cantar esse mesmo hino com a mesma melodia. Que o Senhor nos ajude a cantar tão sinceramente como ele fez.
Pouco antes de morrer, ele me disse: "Você sabe, pastor, que sempre foi o meu desejo entrar no ministério e ser dedicado à obra do Senhor, mas agora eu oro para que eu possa ser como Sansão, e pela minha morte matar mais do que por minha vida." É na esperança de que a oração de nosso irmão possa ser respondida, que eu disse esses fatos simples, mas tocantes.
Depois da agonia mais intensa, acompanhada de alegria verdadeiramente surpreendente, o Senhor deu o descanso ao doente na sexta-feira à noite.
"Nosso amigo, George Starling, dorme." O Senhor lhe conceda que quando a intimação vier a nós, Jesus possa dizer: "Meu amigo"; e depois da morte possa isso ser a verdade registrada, "ele somente dorme." O Senhor o conceda por amor do seu nome. Amém.







Este texto é administrado por: Silvio Dutra
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