POEMA DA CONSCIÊNCIA NEGRA
Oh Mãe África amorável,
Que geraste a negritude;
Para colorir o mundo,
Com gana, graça e virtude.
Garantir diversidade,
Construir a igualdade,
E o amor em plenitude.
Pele negra, bela cor,
Mandela, libertação;
Grito contra o preconceito,
Que causa separação;
Denuncia a injustiça,
A maldade e a cobiça,
O horror da escravidão...
Racismo e preconceito
É atraso cultural.
Fruto da ignorância,
Do arrogo imperial;
Daquele que não cresceu,
Precocemente morreu,
No egoísmo fatal.
Palmares, lágrima, luta
De iguais escravizados
Maltratados, perseguidos,
Banidos, violentados,
Pelo ferrão da ganância,
Do orgulho e petulância
De vermes mal educados.
Corrente enferrujada
Em coração prepotente,
Que olha o outro de cima
Com tolice reticente;
Nunca quer evoluir,
Pois prefere sucumbir
Numa postura indolente.
Zumbi, coragem, ousadia
Mandacaru do sertão
Resistência, pulso, garra
Contra a lei da opressão;
Sonho bom, realidade,
Da nova sociedade
Pela força da união.
Luther King, Bob Marley,
Grito de libertação;
Sangue irmanado na luta
Contra a dor da escravidão,
Do preconceito antiquado,
Do racismo alienado
De gente sem coração.
Só 126 anos
Nos separam do horror,
Da escravidão legal
Que causou tanto pavor;
Tortura, choro e gemido
Do negro pobre excluído
Pelo braço opressor.
Escambo, tráfico negreiro,
Porão da perversidade,
Tronco, maltrato, corrente
Açoites e crueldade;
Senzala, dor, sangue, morte
Lapeando um povo forte
Seu amor, sua verdade.
Quilombolas, liberdade
Braços dados, união
Contra a rude covardia,
Pelo fim da opressão
Canto novo, braço forte
Quebra as correntes da morte
Constrói a libertação.
Falta de conhecimento
Crítico, amplo e profundo
Alimenta a escravidão
Moderna em todo o mundo
Num sistema alienado
O negro é mais vitimado
Por esse poder imundo.
Toda cerca e todo muro
Um dia irão cair.
Quando o mundo despertar
Para o novo que há de vir,
Uma nova consciência
O final da violência
Desejo de repartir:
Riqueza, poder e terra
Moradia, educação
Lazer, saúde e cultura
Água, alegria e pão
Sorriso, sinceridade
Respeito e honestidade
Paz em cada coração.
Povo negro, vate forte
Nunca desistiu da paz
Quebra as correntes da morte
De lutar sempre é capaz
Contra a rude vaidade
Racismo, calamidade
Numa roda de iguais.
Sai do tronco entra na roda
Na dança da liberdade.
Entoa lindas canções:
Justiça, fraternidade
Brama a voz da inclusão
Deflagra a revolução
Pela nova humanidade.
Autores: José Mourão e o aluno
de cordel Adryan Henrique.
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