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As Duas Mil Faces de William.
Wellington Almeida

Resumo:
‘’Estas alegrias violentas, têm fins violentos, falecendo no triunfo, como fogo e pólvora. Que num beijo se consomem. ’’ William Shakespeare Um amor verdadeiro entre um homem e uma mulher...

Eu estaciono meu carro perfeitamente na vaga disponível. Ufa! Está era a melhor vaga. Olho por entre meu vidro, as nuvens pesadas se formando no céu nublado, a chuva fraca caía na manhã cinza escuro. Eu desço do carro equilibrando pastas, papéis, e minha bolsa. Sem ver, eu coloco meu pé esquerdo numa poça d’água. Droga! Droga! Eu digo á mim mesma. Meu pé está encharcado. As nuvens no alto do céu continuam pesadas, mais agora a chuva se tornara uma tempestade. Entro rapidamente no prédio onde trabalho, tomando o cuidado necessário para não tropeçar, escorregar e sair rolando escada abaixo. O elevador se abre e uns empregados saem e eu entro ansiosamente.
Chego á minha mesa, feliz por ninguém ter me notado ainda, se é que alguém irá me notar, sento delicadamente na minha poltrona. E começo meu trabalho. Teclo fervorosamente, com uma determinação de quem não quer ficar e fazer hora extra. Na ampla sala onde todos trabalham inquietos, conversando baixo, uma voz irrompe no barulhento ressinto.

-Senhorita      Stephanie, por gentileza, venha até a minha sala. –ordenou meu chefe. –Ah, e traga sua agenda para poder anotar as ordens que vou lhe passar. A porta se fechou numa só batia forte. O tom alarmante da sua batida ecoava no fundo da minha cabeça.

-Sim, Senhor William. –eu murmurei para mim mesmo, sem força para pronunciar num tom audível.

Dei dois delicados toques na porta da sala do meu chefe, ele esperava-me sentado em sua cadeira. –Entre. –ele pediu.

-Com licença. –eu respondo educadamente.

-Sente-se. –ele pediu novamente, agora em um tom charmoso.

Nesse instante curto e passageiro, eu pude analisá-lo detalhadamente, seus olhos cor de esmeralda. Verde claro. Sua pele perfeitamente bem cuidada, sua barba levemente por fazer. Seus gestos elegantes, formal e ereto. Nada de imperfeições em seu modo da falar, sentar ou escrever. Ele era perfeito. Firme em suas convicções, em suas ordens e nada, absolutamente nada, deixava de passar por ele. Inteligente, milionário e bonito; ingredientes de um homem perfeito. Mais o que mais me chamara atenção nele, era seu tom firme, composto por padrões diferentes do normal. Ele era meio estranho nesse quesito, seu simples ‘obrigado’ ou quando ele chamava-nos pelo nome... Especificamente meu nome. Era simplesmente delirante, anormal, enlouquecedor...

-Senhorita Spthanie? –ele interrompeu-me nos meus devaneios. Sua voz fez com que meu coração pulasse além do normal. Senti minha pulsação entregar-me vergonhosamente.

-Está se sentido mal? –ele insiste em uma resposta.

-Desculpe, eu estava apenas pensando em uma coisa... Sobre você... Quer dizer, sobre o senhor. –eu respondi.

-Não precisa me chamar de senhor, me chame pelo meu nome... Ou simplesmente de você. O que é que você estava pensando sobre mim? –ele pergunta curioso.

-Nada de importante... Apenas uma curiosidade, desculpe pelo atrevimento. –eu disse, e emendei rapidamente.

-Diga, estou curioso para saber! –ele tenta me persuadir com seu estranho tom de voz.
Perdi vergonhosamente a luta para ele, meu coração agitou-se violentamente com a jogada de olhar que ele lançou inesperadamente sobre mim, meu estômago se contraiu e expandiu, repreendendo o inesperado fluxo de adrenalina que tomou meu corpo.

-Eu apenas pensava em como você é notoriamente inteligente...

-Sou? –ele pergunta em descrença. Como se já não soubesse a resposta.

-Sim... –eu termino.

Uma nuvem pesada estacionou acima de nos, era como se estivesse chovendo com raios e trovoadas ali mesmo naquela sala coberta, nossos olhares disparavam aleatoriamente um para o outro. Seus lábios pressionando-se em uma linha torta, tênue. Os meus permaneciam quase que pregados. Meu chefe, William, tinha 31 anos, seus perfeitos trinta e um anos. Eu tinha meus tímidos 22. Ele levantou delicadamente da sua cadeira pressionando suas mãos firmes no móvel.

Em uma mesa afastada, especificamente na terceira gaveta, ele retirou dali uma máscara. E uma gravata roxa. Nesse exato segundo lembrei-me de que ele se tratava, juntei as peças desse quebra-cabeça que estavam perdidas na minha cabeça. Ele era o Mascarado, e eu sua princesa. Mais um homem tão culto, tão diferente de tudo esse ambiente.

-Eu sou assim mesmo Stephanie, sou homem! –ele murmura, enquanto eu tentava esconder a vergonha por ter pensado alto demais.

-Você quer ser minha então? –ele sussurra.

Primeiramente a grande mesa de vidro torna-se palco das nossas primeiras carícias, beijos calorentos, ele selvagemente joga-me contra a mesa, rasgando brutalmente minha camisa. Tire-o. –ele ordena. Eu retiro meu sutiã, e escondo com minhas mãos, os meus seios. Ele afasta minhas mãos e deposita as suas. William deita-se sobre mim na mesa, seus beijos tornam perigosas faíscas com uma eletricidade absurda entre nossos corpos. Ele sonda-me com seus olhos frios, e prazerosos... Irresistíveis. Ele levantou-se apressadamente e guiou-me até uma obscura sala, onde ali estava um colchão em contraste com a enorme sala branca.

Estamos sobre um colchão confortável, lençóis refinados e moldura sofisticada. Seus olhos parecem me devorar antes mesmo de começarmos á longa noite. –Espere um pouco! –ele pede educadamente. Enquanto meu coração se debatia descontroladamente, violentamente, como se fosse parar bruscamente. A superfície da minha pele estava constantemente febril esperando o toque gelado de suas mãos assassinas. Ele delicadamente foi passando as suas mãos primeiramente por minhas pernas dando leves beijos, que me alucinavam já de inicio.

-As primeiras degustações. –ele brincou.

Depois, sutilmente instalou seu corpo frio sobre o meu que permanecia quente como brasa. Seus olhos azuis combinados com sua máscara tentadoramente sexy olhavam-me em apreciação ou como se estivessem observando minuciosamente a presa indefesa, para então, atacar sem que houvesse chance de escapatória. Ele então retirou sua gravata desarrumada e entrelaçou-a em meu pescoço, o medo mais uma vez se fez presente, ele estava pronto para me matar enforcada, asfixiada pela gravada, mais ao contrário das minhas teses, ele a afrouxou em seu punho.

-Não posso te matar, não agora... –ele brincou novamente. –Meus impulsos sexuais são mais criativos. –Agora verdadeiramente eu estava com medo.

A gravata foi deixada sobre meu peito, ele começou a passar os seus dedos sobre meus lábios trêmulos, a outra mão de baixo da minha calcinha, vasculhando os lugares proibidos. Os seus lábios ligeiramente vermelhos tocaram os meus, sua barba por fazer roçava em meu rosto descendo lentamente para o meu pescoço. Novamente a gravata preta ganhou destaque em suas mãos que a pressionou levemente, enquanto o prazer abrandava a dor física.

-Peça, peça. –ele ordenou. Enquanto a gravata tornava cada vez mais estreita em meu pescoço.

-O que? –eu perguntei. A dor física não era um incômodo para mim, já que ela instigava-me a querer mais ainda...

-Qualquer coisa. –ele murmurou.

-Beija-me de uma forma que nunca beijaria qualquer outra mulher. –eu pedi, conforme ele mandara.

-Se é isto que você quer então seu desejo é uma ordem! –ele sussurrou.

Sua determinação em cumprir meu pedido foi absurdamente explorada da melhor forma possível, ele levantou-se apressadamente e buscou uma venda e amarrou-a em meus olhos. A escuridão tomou conta da situação. Sua respiração mal era notada, apenas meu coração acelerando, tornando-se descontroladamente violento com as batidas ininterruptas, eu estava perdida sem que eu saísse do lugar que estava. Ouvi seus passos vindos em minha direção, á cama reconheceu seu peso e rangeu com sua movimentação delicada.
Mesmo assim eu estava á deriva na cama longa e confortável de lençóis refinados. Senti seus lábios encaixando-se com os meus, a sensação mais perfeita, si existisse outra melhor ainda, eu deveria conhecê-la. A frenética movimentação de ambas as bocas ascendeu em mim á labareda que permanecia até então fraca. O fogo consumia-me por dentro, invadindo minhas veias e caindo em minha corrente sanguínea. Deixando nossos corpos com um calor insuperável. Enfim, ambos chegamos ao êxtase do prazer, minhas pernas alongavam-se relaxando seus músculos, ele fazia o mesmo. Um barulho rompeu o silêncio. Ele havia acabado de jogar a camisinha no lixo.

-Agora é hora das perguntas e respostas. –eu disse firmemente.

-Pergunte! –ele disse friamente enquanto vestia-se numa tranquilidade absurda.

Ele ainda permanecia com á mascara, enquanto arrumava-se adequadamente, eu estava á pouca distancia dele, quando seus braços buscaram-me e os entrelaçaram-me junto a seu peitoral, ele segurando firme minhas mãos, olhou profundamente nos meus olhos tímidos, seu silêncio dizia tudo o que as palavras não conseguiriam com tanta exatidão. Enfim, seus lábios encaixaram-se nos meus, eu sentia sua pele como se ela fosse fundir junto á minha, e tornar-se apenas uma só.

-Eu não sou o homem perfeito, o príncipe encantado. Por isso, não se apegue demais em
mim! –ele friamente pediu.

-Impossível... Isso acontecer. Eu me torno sua a cada segundo que estou com você ou longe! –eu disse, olhando em seus olhos ainda.

-Então é tudo ou nada? –ele sugere.

-Sim, tudo ou nada. –eu termino.

continua...


Biografia:
Meu nome é Wellington Almeida,nasci no estado de são paulo, mais fui criado no interior do Paraná. Onde com muito orgulho surge deliciosas histórias para entreter-me e me fazer flutuar nas maravilhosas facetas da escrita.
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