A leitura, longe de ser uma atividade isolada, deve conduzir os alunos à literatura e ao pensamento crítico. A biblioteca escolar, nesse contexto, desempenha um papel fundamental ao promover o hábito e o prazer pela leitura e pela aprendizagem.
Segundo Macedo (2005), cabe ao professor orientador e à sua equipe buscar mecanismos e incentivos que formalizem hábitos de leitura espontâneos e prazerosos. Essas ações, realizadas em parceria entre o professor orientador e o professor da classe, favorecem a formação de um leitor crítico e autônomo.
Diante das crescentes dificuldades em despertar o interesse das crianças pela leitura — especialmente frente às múltiplas mídias e tecnologias — torna-se essencial desenvolver projetos que estimulem o hábito da leitura e da escrita de forma prazerosa e significativa.
Nesse processo, o uso constante da sala de leitura deve ser visto como um caminho educativo que se estende ao longo da vida. Paulo Freire também enfatiza que “a leitura do mundo precede a leitura da palavra”, ou seja, ler não se limita ao texto escrito, mas também à compreensão da vida e do contexto.
Reconhecendo a dificuldade de inserir a leitura na rotina escolar dos alunos, especialmente diante do apelo das mídias digitais, a escola precisa criar estratégias e ambientes mais atrativos. O projeto visa transformar a sala de leitura em um espaço dinâmico, prazeroso e significativo, onde o aluno possa desenvolver-se cognitivamente e culturalmente.
A sala de leitura deve ser entendida não como um espaço de silêncio e obrigação, mas como um lugar de descoberta, troca de saberes, acolhimento e estímulo à imaginação. A leitura deve ser apresentada como fonte de prazer, encantamento e formação, e não apenas como ferramenta pedagógica.
A sala de leitura tem como objetivo:
Estimular o gosto pela leitura por meio de práticas significativas;
Valorizar o espaço da sala de leitura como ambiente educativo e cultural;
Integrar professores e alunos em ações conjuntas que incentivem a leitura;
Promover momentos de leitura coletiva, individual e mediada;
Desenvolver competências leitoras e de expressão oral e escrita;
Incentivar a participação espontânea dos alunos no uso da sala de leitura.
A estrutura tradicional da sala de leitura, com ambiente de silêncio absoluto, muitas vezes não favorece a vivência leitora, especialmente entre os estudantes do Ensino Fundamental II e Ensino Médio. Frequentemente, professores e alunos não viam nesse espaço uma oportunidade real de aprendizado e acolhimento.
Diante disso, cabe ao professor orientador promover a ressignificação desse ambiente, planejando ações culturais, agendando atividades e propondo desafios que estimulem a frequência e a participação dos estudantes.
A proposta contempla a modernização da sala de leitura, tanto em aspectos físicos quanto pedagógicos e tecnológicos. Trata-se de adaptar o espaço para atender às necessidades do aluno leitor de hoje, utilizando suportes variados de informação e materiais interativos.
É necessário ocupar um espaço subutilizado pelos professores e muitas vezes mal compreendido pelos alunos, ressignificando sua função. A sala de leitura deve ser vista como um centro de descobertas, acessível e acolhedor.
Freire aponta que a leitura está profundamente ligada à construção de sentidos, e isso se concretiza quando o aluno vê valor e sentido no ato de ler. A leitura não pode ser imposta, mas inspirada e incentivada. Ao tornar a experiência da leitura significativa, criamos condições para que os alunos compartilhem e multipliquem esse interesse com os colegas, fortalecendo a cultura leitora dentro do ambiente escolar.
Por que Ativar a Sala de Leitura?
Mais do que um local de empréstimos de livros, a sala de leitura deve ser considerada um núcleo de apoio pedagógico, capaz de transformar o aluno em agente ativo de sua formação leitora e cultural. O prazer de ler nasce da vivência da leitura como experiência transformadora, e não como obrigação escolar.
Assim, a sala de leitura deve oferecer acesso a livros, rodas de conversa, atividades interativas, pesquisas orientadas e dinâmicas que favoreçam o envolvimento dos estudantes.
Ativar a sala de leitura implica transformá-la em um espaço de práticas culturais e pedagógicas articuladas. É preciso construir uma nova relação entre espaço físico e função educativa, capaz de responder aos anseios da comunidade escolar.
Com ações integradas entre equipe gestora, professores e alunos, a sala de leitura pode se tornar um ambiente vivo, onde se desenvolve o pensamento crítico, a autonomia e o prazer pela leitura. Como defende Freire, não basta caminhar em direção a um novo futuro — é necessário ter clareza do caminho, dos objetivos e da ação concreta para alcançá-los.
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