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Entrevista com Jayson santos
Caliel Alves dos Santos

Resumo:
Conheça um dos nossos jovens e talentosos mangakas!

CA – Quando você percebeu que seu caminho era o mangá?
Jayson Santos – É difícil dizer quando percebi. Sempre gostei de quadrinhos, muito influenciado por menino maluquinho e outros do Ziraldo, após conhecer alguns animês comecei a imitar o estilo de desenho, muito antes de descobrir o que aquilo era e que pertencia ao Japão, acho que a mudança foi muito gradativa, por isso não existe um ponto especificamente. Mas claro, depois de conhecer mais sobre os animês e mangás, eu pesquisei e me especializei nesse estilo, mas quando isso ocorreu já estava a mais de 1 ano fazendo quadrinhos em estilo mangá, mesmo sem saber.


CA – Quais as suas maiores influências em termos de arte e roteiro?
Jayson Santos - Em termos de arte meu maior influenciador é o Obata Takeshi, desenhista de obras como Death Note, Bakuman e Hikaru no Go, acho seu estilo excelente e bem versátil, outra influencia grande foi de Masakazu Katsura em ZETMAN. Já em roteiro, tem o Masakazu Katsura mais uma vez, Alan Moore em Watchmen e A piada mortal e alguns filmes e jogos como Final Fantasy VII e Sherlock Holmes.


CA – Dentre os seus projetos, qual deles foi o mais difícil de realizar?
Jayson Santos – Acredito que Hooligan esteja sendo o mais difícil, manter uma série mensal de 20 páginas é algo muito complicado mesmo, tanto pela parte de produção quanto de criação. Outro desafio é o canal do Youtube, gravar um vídeo parece muito simples, porém dá um baita trabalho, e mesmo apenas lançando 2 vídeos por mês acontece muito de gravar de última hora e editar correndo em um dia todo, da hora que acorda até a hora de dormir.


CA – Existe alguma rotina de trabalho que facilite o andamento dos projetos?
Jayson Santos – Acredito que exista sim, eu sempre estou restabelecendo e alterando minha rotina para ver como posso tocar todos os projetos sem ter maiores contratempos. Acho que a melhor forma de fazer uma rotina que funcione é ver em qual horário se está mais disposto (todo mundo tem um, no meu caso é de manhã até a hora do almoço, é o momento onde sou mais produtivo, então tento deixar para fazer as coisas mais importantes nesse horário, pois sei que a tarde não terei tanta motivação para fazer tudo que preciso que seja feito.


CA – Já trabalhou em equipe e qual sua experiência em trabalhar em grupo?
Jayson Santos – Nunca trabalhei em algo autoral em grupo, todos os projetos que fiz foram por conta própria, mas recentemente tenho tomado como emprego ser ilustrador e nisso me envolvi em projetos que tenho de desenvolver com outras pessoas. A parte interessante de fazer projetos com outras pessoas, é ter uma visão diferente de quando se faz sozinho, você tem mais opiniões, você aspectos que você não havia pensado e surpresas que você não tem quando faz tudo sozinho, outra parte interessante, ao menos pra mim, é trabalhar com coisas que não são seu habitual, algumas vezes essa experiência pode ser muito ruim e outras pode ser maravilhosa e muito divertida.

CA – Lendo os seus mangas, que inclusive podem ser baixados gra-tuitamente, em qual gênero você teve mais afinidade de trabalhar?
Jayson Santos – Eu trabalho no estilo mais comum de mangás que agente tem notícia chamado no Japão de Shonen, essa categoria especifica uma faixa etária e definição de gênero do público alvo, no caso o shonen é um gênero de mangá para meninos de 12 até 20 anos. Gosto desse estilo pois posso trabalhar muitos temas, e eu particularmente não gosto muito de violência explicita o que é comum de obras voltadas para adultos, apesar de ser feito para meninos os shonen tem um apelo feminino forte o que não delimita tanto assim o gênero do público.


CA – Em quem costuma se inspirar para criar personagens tão incrí-veis?
Jayson Santos – Primeiramente obrigado por dizer que os personagens são incrí-veis! ^^
Eu me inspiro em outros personagens, pessoas reais ou ideias abstratas, já criei um personagem a partir de uma luva por exemplo. Sobre a personalidade, é difícil explicar mas ela vai surgindo um pouco de acordo com o que a história pede, mais ou menos dentro dos arquétipos que já existem dentro de quase todo shonen, por exemplo, um velho tarado, um personagem bobão, uma garota brava, uma garota tímida, um rival estiloso, um vilão psicopata e outro vilão amargurado. Claro que após ter esses arquétipos você cria motivos e outros pontos que deixem eles mais vivos e não tão dentro dos papéis deles na trama. Cada personagem vai realmente ganhando vida própria conforme você trabalha com ele.


CA – Qual é a oportunidade que está faltando a Jayson Santos?
Jayson Santos – Acredito que para o brasileiro em geral a oportunidade que falta está começando a colocar a cabeça para fora, com receio, mas está. Que são editoras nacionais e internacionais estarem dispostas a olhar e avaliar o trabalho de brasileiros para dar a chance de serem publicados. Aos poucos estamos conseguindo sair do império Mauricio de Souza para mostrar que existem outros quadrinista no Brasil também, com diferentes estilos e histórias para contar.


CA – Além de suas investidas como artista independente, quais tra-balhos você já realizou, editorialmente falando?
Jayson Santos – Infelizmente ainda não tive lá muitas experiências fora do quadrinho independente, talvez pela minha relativamente baixa idade, tive muito pouco contato com todo esse vasto mundo das artes, estou começando a correr atrás disso de forma mais efetiva agora. Como ilustrador, fiz algumas campanhas publicitárias, uniformes e mascotes para times e estampas para camisetas e acessórios, quero aumentar isso e expandir para novos trabalhos, como capas de livros e ilustrações internas e o que mais possa vir.


CA – Como você vê o então atual mercado de quadrinhos e quais os seus planos para o futuro?
Jayson Santos – Acredito que o mercado de HQs no Brasil vem ganhando força, porém muito lentamente, talvez daqui a alguns anos tenhamos isso bem consolidado, o que espero profundamente e torço também. Temos muitos artistas de qualidade se compromissando a fazer um bom trabalho independente do retorno financeiro, e aos poucos temos editoras vendo isso acontecer, esse levante dos artistas nacionais, muito disso é graças à internet. Espero que essas editoras abram logo os olhos e as oportunidades é claro. Como planos para o futuro, estão listados continuar com o trabalho em Hooligan que ainda tem muita coisa pela frente, além do site e do canal, com todos os post e vídeos que ajudam a galera que está começando nesse mundo da criação de mangás. Tenho vários outros projetos para HQs, e quero muito fazer eles, então vou tentar contato com algumas editoras e torcer pelo melhor, em breve sairão mais trabalho autorais meus por aí! ^^


Biografia:
Caliel Alves nasceu em Araçás/BA. Desde jovem se aventurou no mundo dos quadrinhos e mangás. Adora animes e coleciona quadrinhos nacionais de autores independentes. Começou escrevendo poemas e crônicas no Ensino Médio. Já escreveu contos, noveletas, resenhas e artigos publicados em plataformas na internet e em algumas revistas literárias. Desde 2019 vem participando de várias antologias como Leyendas mexicanas (Dark Books) e Insólito (Cavalo Café). Publicou o livro de poemas Poesias crocantes em e-book na Amazon.
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