Login
E-mail
Senha
|Esqueceu a senha?|

  Editora


www.komedi.com.br
tel.:(19)3234.4864
 
  Texto selecionado
Carta a um jovem cordelista
Wilson Luques Costa

Quase todos já conhecem, ao menos os que lidam com literatura, a famigerada Carta a um jovem poeta de Rilke. E não é à toa que esse texto veio à baila e sobrevive até hoje, e possivelmente sobreviverá até quando houver poetas e poesia. Sinceramente, não sei se sou poeta, bom ou mau, não importa, mas também já tive as minhas dúvidas metafísicas. Isso é natural e acontece. Surge a dúvida de nossa capacidade. Será que escrevo bem? Será que sou um bom contista? Romancista? Foi sempre assim e será. Mas o que me causa estranheza é que já venho repassando esse texto a colegas que percebo que têm um talento escondido. Falo atualmente, e mais precisamente, de um colega, jovem, se muito trinta anos, que a princípio iniciou-se com a música e agora quer enveredar para a poesia. Apesar de paulistano, gosta das cantorias de cordéis, e o faz com uma precisão sem limites. Tudo muito bem metrificado, em redondilhas maiores etc... Mas paira ainda sobre a sua cabeça a dúvida: será que sou poeta? Eu, a meu modo, julgo que sim: um poeta da velha tradição. Dos cordelistas. Mas o que não consigo colocar-lhe na cabeça é que falta algo... Algo de uma cultura dos livros ou da vida, não sei...Mas falta... Mas não poderíamos negar-lhe o fazer poético... Pediu-me para escrever algo...Evidentemente que não lhe mostrarei esse pequeno texto... Mas julgo que falta algo sob o sol... Às vezes vem-me aquela frase de novo de Nietzsche:' só acredito nas pessoas que escrevem com o próprio sangue' -(ou com o próprio veneno). E Nietzsche escreveu, atacou, desdenhou, enfureceu... Nietzsche foi o vampiro de si mesmo, bebeu todo o seu sangue e nem deixou um cálice, sequer, um pouco, para o seu mestre Dioniso... Nietzsche, certamente, o poeta, jamais necessitaria de uma simples carta de Rilke...Além de sorver todo o seu sangue, ainda envenenou toda uma geração
que lhe seguiria...


Biografia:
Wilson Luques Costa nasceu em São Paulo, SP, Brasil. Jornalista, professor, poeta e escritor. Eleito pela Academia Internacional de Literatura Brasileira - NY um dos Top Five nos Destaques Literários Awards Focus Brasil NY na Categoria Ensino e Pesquisa com o ensaio O Paradoxo do Zero.
Número de vezes que este texto foi lido: 52909


Outros títulos do mesmo autor

Poesias Revisitando Szymborsca Wilson Luques Costa
Poesias GATO Wilson Luques Costa
Poesias GATO Wilson Luques Costa
Contos NOSOCÔMIO Wilson Luques Costa
Contos TENDÊNCIA Wilson Luques Costa
Poesias A DÚVIDA SHAKEASPEREANA Wilson Luques Costa
Contos O CINÉFILO Wilson Luques Costa
Poesias Alguns poemas escolhidos Wilson Luques Costa
Contos ALMANAQUE RODÉSIA Wilson Luques Costa

Páginas: Primeira Anterior

Publicações de número 21 até 29 de um total de 29.


escrita@komedi.com.br © 2024
 
  Textos mais lidos
MISSIVA POÉTICA - Ivan de Oliveira Melo 12 Visitas
Grêmio Prudente sobe para A2 em 2025 - Vander Roberto 12 Visitas
Torneio de Candidatos(as) do Xadrez 2024 - Final - Vander Roberto 11 Visitas
Votuporanguense na A2 em 2025 - Vander Roberto 11 Visitas
SENHOR DA VIDA 5 IND 14 ANOS - paulo ricardo azmbuja fogaça 10 Visitas
🔴 Aos que eram felizes e não sabiam - Rafael da Silva Claro 10 Visitas
300 anos do nascimento de Immanuel Kant - Vander Roberto 8 Visitas
Começou o Paulista Sub-23 2024 - Vander Roberto 2 Visitas
🔵 Machucado: o soco que nunca existiu - Rafael da Silva Claro 1 Visitas

Páginas: Primeira Anterior