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Reflexão: ENEM 2020
Flora Fernweh

O dia da prova se aproxima e a espera costuma torturar os estudantes com uma pressão incalculável, até mesmo para os mais engenhosos. Aqueles que esbanjam autoconfiança sentem os efeitos de uma insegurança remota, e aqueles que inspiram serenidade sentem o ar pesado e a sua degradante influência. 2020 foi para todos um ano atípico que exigiu sobretudo, muita resiliência. Para os estudantes em específico, o ano cobrou o dobro da perseverança, da força de vontade, da concentração, e do estabelecimento de objetivos claros. Independentemente de quem seja, de onde tenha vindo e do que tenha feito para lidar com os estudos, as dificuldades que marcaram 2020 na vida do estudante são ainda mais acentuadas pela realidade socioeconômica de cada um. Mais uma vez e mais do que nunca, o ENEM 2020 representará um verdadeiro e literal abismo das disparidades e dos contrastes sociais no cenário da educação. Estamos todos no mesmo barco navegando por um oceano que surpreendeu todos com uma tempestade no mínimo catastrófica para o indivíduo e sua sociedade. Fomos todos pegos de surpresa, meus amigos. Mas com nossas metas bem definidas, não perderemos o rumo de nossa embarcação, nem a esperança de que podemos desaguar nos mares em que enfim cada um nadará por conta própria até a conquista de sua ilha, de seu porto seguro e da luz quente de seu farol. Mas por enquanto, que continuemos remando, sempre em frente, com a qualidade e a dedicação de outrora. Já tentamos adiar nossa chegada, pedimos amparo, mas aparentemente não fomos ouvidos por aqueles que se dizem capitães da jornada. Que voz temos então? Tivemos nossos direitos enquanto estudantes assegurados? Ouço dizer que para completar, um vírus se espalha por esse oceano e que se estende por muitas outras águas e contextos. Certamente nossa embarcação irá se afunilar em algum momento, precisaremos demonstrar nossas habilidades e nossa evolução com o conhecimento que dia após dia lutamos para obter, mas como faremos isso com segurança? Colocaremos nossa vida e a vida de quem amamos em risco por um motivo de fato nobre? Por uma conquista muitas vezes vista somente pelo mérito individual? Até que ponto tudo isso ainda poupa o nosso senso de humanidade? Por mais diferente que sejam as perspectivas para o amanhã de cada um, que possamos tirar o máximo proveito de uma jornada desafiadora, não nos deixemos levar por obscuras correntezas de incertezas. O futuro ainda é uma incógnita, se importe com o hoje e como você pode transformá-lo, plante boas sementes para que você possa colher bons frutos. Uma boa prova só depende de nós, navegar em um mar tranquilo depreende treino, esforço e acima de tudo, tolerância consigo mesmo. Chegar até aqui é a maior vitória, não desistir no meio do caminho é o verdadeiro norte de todas as atitudes grandiosas, não sabemos se estamos à beira de uma corredeira, uma cachoeira ou de uma enseada, mas façamos o que esteja ao nosso alcance no momento. Cada reentrância de água salgada é uma oportunidade, e o sucesso, apenas uma consequência do que fazemos delas e da forma como desenvolvemos nossas competências. Parabéns desde já a todos os estudantes, que apesar das adversidades, encaram a prova como um direito, e como um privilégio poder fazer parte dela, sem deixar que as nuvens de uma tempestade passageira, encubram todos os anos iluminados de esforço e aprendizados.


Biografia:
Sobre minha pessoa, pouco sei, mas posso dizer que sou aquela que na vida anda só, que faz da escrita sua amante, que desvenda as veredas mais profundas do deserto que nela existe, que transborda suas paixões do modo mais feroz, que nunca está em lugar algum, mas que jamais deixará de ser um mistério a ser desvendado pelas ventanias. 
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