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O Som do Silêncio
Giulio Romeo

Entre raios de luar e gotículas de sereno, encanto-me com o silêncio, com o frio e com a escuridão.
Encosto o meu sentimento no florido e colorido eirado e contemplo a natureza com suas formas, belezas e encantos.
No som do cair das folhas, dos ventos gélidos, dos vultos invisíveis e dos seres rastejantes, encontro um silêncio assustador, desprovido de pudor e de concordância.
Fico pensativo, divagando e viajando em minhas memórias.
Os lampejos de imagens em minha mente se acentuam de acordo com a sonoridade existente.
Meus sintomas emocionais se confundem com os meus arrepios de frio e com a minha gelidez.
Recordo-me do passado presente em que andava com o foco voltado para a matéria e que me esquecia completamente da parte espiritual, da parte mais importante da vida que são: energia e luz.

Voltando ali, naquele lugar mágico, todos os dias, cada vez mais me deparava com os meus instintos, com as minhas incertezas e com os meus desatinos.
A minha varanda ficava cada vez mais atraente e convidativa.
È como se fosse um portal para o bosque, para a noite, para a escuridão.
Me animo, me encorajo e me preparo para uma jornada de concentração plena.
Então, carrego o peito com ar puro, fecho os olhos por instantes e enxergo a sensibilidade das formas, mexo os dedos, chuto o nada e assim me preparo psicologicamente para tentar uma experiência nova e fascinante que é de interagir com a natureza, à noite!
Impressionante e fantástico!
Como um atleta pronto para a peleja, fico ansioso para a interação.
Começo a sentir novamente arrepios e um pouco de receio.
Começa então a experiência.
Caminho alguns metros distante do meu ponto de origem,
E consigo perceber novos e interessantes cenários de enigmática visão.
Percebo cenas de altíssima complexidade e de significado inigualável e único.
Começo a me concentrar e vejo:
As folhas se movendo em minha direção, o vento soprando em meu rosto, as luzes lunares me mostrando caminhos e atalhos na mata, seres não identificáveis do mundo animal se mexendo, o silêncio quebrado por sons parecidos com urros, gemidos ou até gritos.
E para ficar mais indefinido ainda, com eco e muita reverberação!
Acordes semitonados soprando em meus ouvidos que começam a ficar vermelhos e quentes.
Penetram de tal forma, fazendo a cabeça ficar vazia, sem pensamentos e sem lembranças.
Apenas fico com os sentidos aguçados, pronto para reagir caso seja necessário.
Uma espécie de força extra sensorial toma conta do lugar.
Os símbolos da mata aparecem em forma de éter.
A manifestação das criaturas invisíveis e das criaturas da mata, com hábitos noturnos, ficam cada vez mas notórias dado ao estágio de concentração em que me encontro.
Começo a me acostumar com a situação, e a me sentir parte do lugar.
Parece assustador, mas chega enfim o som do silêncio e tudo parece se definir.
E então quando finalmente consigo me divorciar dos meus medos e das minhas incertezas, começo a perceber que as coisas na vida requerem muita coragem, muita atenção, concentração e muito conhecimento.
Então começo a entender que a vida é uma escuridão e o nosso destino é o que conseguimos imaginar, o que conseguimos idealizar.
É o futuro mostrando para o presente, como não deveria ser o nosso passado, com seus erros e desalinhos.

Trocar os sonhos por realidade, a paixão por resultados, mesmo xingando e esbravejando quando não se tem o resultado apropriado, é o mais adequado.
E até chorando quando se obtém vitórias e agradecendo a Deus por tudo e por conseguir a permissão de alinhar matéria e espírito, é divino e humilde.
Quando se trabalha num projeto de vida, se trabalha para a eternidade.
E terminando o meu relato consigo concluir que:
O som que é mais apropriado, quando temos dúvidas ou incertezas e precisamos refletir é, sem dúvida nenhuma: “O som do silêncio”.


Biografia:
Professor de Ciências da Religião, Teólogo, Filósofo e Pesquisador de Ciências ocultas. Procuro a verdade e quero compartilhar meus estudos sobre o comportamento filosófico e religioso de povos e comunidades, que tem a fé, como sustentáculo de sua existência tridimensional.
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