Geralmente entre os meses de maio e dezembro são comuns notícias de queimadas no interior do Brasil, principalmente nos ecossistemas de cerrado e caatinga. A maior parte destas queimadas é realizada por pequenos agricultores e por grileiros, usando-a como método de “limpeza” das áreas para cultivos agrícolas. Esta, no entanto, é uma técnica muito antiga utilizada pelos povos primitivos, como também pode ser prejudicial para os ecossistemas e para a produção agrícola, uma vez que causa poluição do ar, afugenta e mata animais e destrói a vida microbiana no solo.
Geralmente são os pequenos agricultores que utilizam as queimadas como um recurso mais fácil de limpar e preparar a terra porque não dispõe de máquinas, também porque o trabalho manual tem um custo, encarecendo a atividade agropecuária. Em outro caso, são os grileiros que utilizam as queimadas para se apossar ilegalmente das terras, muitas vezes de propriedade do governo federal como reservas e áreas protegidas ou de propriedade privada. Há também o caso de empresas madeireiras que realizam queimadas criminosas em terras alheias para retirar a madeira, ou permitir o avanço nas matas.
As queimadas provocam grande poluição atmosférica e doenças derivadas de alergias ou induz a um quadro de comprometimento da saúde humana, como rinite alérgica, asma, etc. Segundo estudos de órgãos de pesquisa e universidades, cerca de 70% das emissões de gás carbônico no Brasil são provenientes das queimadas.
As queimadas podem ocorrer também de forma espontânea, principalmente em regiões tropicais, no período seco e quando a umidade do ar é baixa. No caso do Brasil, os incêndios naturais são provocados pela radiação intensa do Sol e quando a matéria orgânica seca (folhas, gravetos, etc.) entra em combustão ou pode ser provocada pela queda de raios nestes ecossistemas. A Caatinga e o Cerrado são os biomas mais vulneráveis, isso pela existência de um período ou estação seca e a baixa umidade desta estação, no entanto, a maior parte das queimadas é provocada pelo homem.
Mais de 90% das queimadas no Brasil provém da ação humana. Os estados da Amazônia concentram a maior parte dos incêndios e queimadas, principalmente porque a floresta é uma área de grande pressão econômica, em função de suas riquezas minerais e pela área de fronteira agrícola que se expande da região centro-oeste para a Amazônia Legal.
Vale salientar que as queimadas e desmatamentos geram produtos ou terras para serem cultivadas. Grande parte dos municípios de nosso país utiliza madeira e lenha para consumo, seja nos fornos domésticos, nas panificadoras, nas industriais de calcinação da cal ou em olarias na fabricação de telhas e blocos cerâmicos, entre outras. Dessa forma, nossas matas e outras formações vegetais estão sendo degradadas ou destruídas, por conta do consumo exagerado e irresponsável dos recursos naturais.
Em muitos casos, o valor dos recursos está em seu benefício para a coletividade. Ou seja, os recursos naturais podem fornecer serviços ambientais que é pouco avaliado pelos governos e pela sociedade, como é o caso das matas que protegendo as nascentes de rios fornecem água para beber e plantar; essas áreas já são protegidas por lei, mas por falta de controle, e ganância de uns, são constantemente degradas - por aqueles não tem conhecimento e consciência sócio-ambiental.
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