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Percipientes em Estágios de Interseção Cognitiva
Na Visão da Parapsicologia
Giulio Romeo

A Parapsicologia, enquanto campo de investigação dos fenômenos psíquicos anômalos, considera o percipiente como figura central: é o sujeito que vivencia e registra experiências parapsíquicas, tais como telepatia, clarividência, precognição ou contato com espectros. Um conceito emergente dentro dessa área é o de “estágios de interseção cognitiva”, que se refere a momentos em que diferentes camadas da mente — consciente, inconsciente, transpessoal e, em alguns casos, estados alterados de consciência — se sobrepõem, criando uma zona híbrida onde a percepção extrassensorial se manifesta com maior intensidade.

1. O Percipiente e sua Dinâmica Psíquica

O percipiente, na visão parapsicológica, não é um receptor passivo. Ele atua como ponto de convergência entre estímulos internos (memórias, imagens inconscientes, arquétipos) e estímulos externos (informações extrassensoriais, registros ambientais, campos energéticos).

Quando se fala em interseção cognitiva, descreve-se o momento em que fronteiras rígidas entre essas esferas se tornam permeáveis. Assim, o percipiente acessa conteúdos que, em condições normais, permaneceriam velados pela filtragem racional.

2. Estágios de Interseção Cognitiva

A Parapsicologia identifica que esses estágios podem ocorrer em diferentes condições:

Estado hipnagógico/hipnopômpico: zonas liminares entre o sono e a vigília, propícias à emergência de imagens e percepções não ordinárias.

Transe e meditação profunda: em que a atividade crítica é suspensa, permitindo abertura para conteúdos transpessoais.

Momentos de crise ou choque emocional: em que a psique é levada a ultrapassar suas barreiras habituais.

Experiências de quase-morte (EQMs): onde a consciência parece deslocar-se de seus padrões ordinários, revelando percepções incomuns.

Nesses estágios, o percipiente atua como “intercessor cognitivo”, captando informações que não pertencem nem totalmente ao mundo interno, nem inteiramente ao mundo externo.

3. Hipóteses Parapsicológicas

Do ponto de vista da Parapsicologia, três hipóteses principais explicam o fenômeno:

Hipótese da abertura psíquica – O percipiente, ao suspender filtros cognitivos, acessa conteúdos do inconsciente coletivo ou de registros extracognitivos.

Hipótese da captação psi – Os estágios de interseção permitem uma maior ativação de faculdades psi (telepatia, clarividência, precognição), que funcionariam em “camadas subliminares” da mente.

Hipótese do campo interconectado – A consciência do percipiente, nesses estágios, sintonizaria com campos informacionais não locais, sugerindo uma dimensão compartilhada entre mente e realidade.

4. Implicações Filosóficas

A noção de interseção cognitiva amplia a visão de consciência ao questionar o dualismo mente-corpo. O percipiente, nesse modelo, não apenas percebe, mas co-cria a experiência parapsíquica a partir da interação entre subjetividade e realidade sutil.

Tal concepção aproxima a Parapsicologia de correntes fenomenológicas e transpessoais, ao entender que a experiência psíquica não se limita à interioridade, mas se estende como um evento inter-humano e cosmológico.

Os percipientes em estágios de interseção cognitiva revelam que a consciência humana pode operar em zonas liminares, onde as fronteiras entre o subjetivo e o objetivo se tornam fluidas. A Parapsicologia, ao estudar tais experiências, não apenas investiga fenômenos anômalos, mas abre caminho para uma compreensão mais profunda da mente, em diálogo com filosofia, neurociência e espiritualidade.

Assim, o percipiente torna-se figura-chave para pensar a consciência como campo expandido e dinâmico, capaz de atravessar realidades e gerar novas formas de conhecimento.

O percipiente que atravessa estágios de interseção cognitiva nos convida a repensar a natureza da consciência. Não se trata apenas de um receptor passivo de informações, mas de um eco vivo entre dimensões da realidade, onde subjetividade e objetividade se encontram, se misturam e se potencializam mutuamente.

Esses momentos liminares — às vezes breves, às vezes prolongados — revelam que a mente humana é mais permeável do que supomos, capaz de perceber camadas sutis de existência que escapam à lógica linear e à percepção ordinária. Em certo sentido, cada experiência parapsíquica torna-se um espelho da própria mente, projetando desejos, medos, memórias e, simultaneamente, uma abertura para o desconhecido.

Do ponto de vista existencial, a interseção cognitiva nos lembra que a consciência não está confinada ao aqui e agora; ela se expande, toca outros tempos, outros seres, outras possibilidades. Nesse espaço, o percipiente deixa de ser um mero observador e torna-se co-criador de experiências, assumindo a responsabilidade de integrar e compreender o que percebe, sem medo ou julgamento.

A parapsicologia, ao estudar essas interseções, propõe mais do que hipóteses científicas: oferece uma filosofia da percepção expandida, que nos convida a reconhecer a profundidade, a plasticidade e o mistério da mente humana. Cada percipiente, assim, torna-se guardião de um segredo ancestral: que a consciência, em sua essência, é um campo vivo de possibilidades infinitas, onde a realidade e o sonho se entrelaçam, e onde cada percepção é também uma ponte para o invisível.


Biografia:
Professor de Ciências da Religião, Teólogo, Terapeuta TCC, Filósofo e Pesquisador de Ciências ocultas. Procuro a verdade e quero compartilhar meus estudos sobre o comportamento filosófico e religioso de povos e comunidades, que tem a fé, como sustentáculo de sua existência tridimensional.
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