Simão Bacamarte foi um médico/cientista renomado e respeitado pela sociedade de Itaguaí, Rio de Janeiro. No conto ‘O Alienista’, de Machado de Assis, o médico comandava um sanatório. Internou quem ele julgou como louco. No entanto, seu método de avaliação era um tanto quanto anárquico, aleatório, segundo suas suspeitas muito, digamos, subjetivas. Em rodízio, foi prendendo todos da cidade. Conclusão: acabou se diagnosticando como louco e prendeu a si mesmo.
Devido à semelhança e comparação entre Alexandre de Moraes, ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), e Simão Bacamarte, do conto ‘O Alienista’, vou me referir ao ministro por este segundo nome. Conforme é observável, a semelhança talvez seja também patológica, extrapolando os devaneios literários do famoso escritor brasileiro.
Pois bem, depois da decisão “bacamartiana” de banir o X (ex-Twitter) e o VPN (aplicativo para fingir que o acesso é por outro país), curiosamente proliferaram os acessos estrangeiros. Dada a origem da “lúcida” decisão e logicamente o temor em descumpri-la, podemos supor que só pode ter havido um êxodo populacional. Tipo uma corrente migratória.
Houve uma enxurrada de tuítes supostamente enviados do exterior. Dentre os países, Portugal e Uruguai; o PT (Partido dos Trabalhadores) e até o próprio STF descumpriram a decisão. De repente, a imprensa emitiu tuítes (X) do exterior, lógico, atribuído a autoria a correspondentes internacionais.
O Simão Bacamarte da vida real, igual o da ficção, está construindo sua própria distopia. O fim também será parecido com o da literatura machadiana. Entretanto, não é necessário forçar na analogia literária para explicar a atual situação brasileira: Tudo começou como ‘O Processo, Franz Kafka; passou por ‘1984’, George Orwell; e desembocará em ‘O Alienista’, Machado de Assis.
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