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Quem não gostaria de trabalhar 9 dias por mês ganhando R$ 41.600,00? O Senado brasileiro fará isto. Pense que cada parlamentar federal no Brasil custa R$ 23 milhões e 800 mil reais ao ano. É preciso lembrar que ele tem inúmeros benefícios extras. Eu também gostaria de ganhar R$ 41.600,00 ao mês, afinal, sou formado tendo Especialização com MBE, fazendo outras duas ao mesmo tempo para tentar conseguir um emprego. Há parlamentares que nem possuem Graduação. Eu paguei do meu bolso toda minha formação anterior e atual.
Quando falo que precisamos de nova Constituição detalhando legalmente alguns comportamentos políticos para estabelecer sanções quando atua contra a Democracia não estou louco. Só este salário bruto obrigaria o parlamentar a bater cartão, trabalhando 8 horas todos os dias, estando disponível em crise sem custos aos cofres públicos em emergências aos finais de semana. O que vemos? A aprovação da medida em causa própria, sem consulta popular, causando uma enxurrada de processos particulares e públicos questionando tal regalia.
Uma consulta popular ratificaria a falta de bom senso dos(as) senadores(as). Seria outro gasto público para legitimar o que já é sabido. Temos o segundo Parlamento mais caro do mundo ficando os EUA em 1º lugar. Nota-se que é preciso regular constitucionalmente quantidades de horas mínimas trabalhadas pelos(as) parlamentares equiparadas ao tempo de trabalho médio do(a) trabalhador(a) comum, ou seja, 44 horas semanais. Outras questões urgentíssimas: questionar regalias, benefícios e o salário atual deste pessoal.
Cargo político virou cadeira cativa e emprego. A Constituição precisa limitar ao máximo o período de permanência no respectivo cargo reduzindo-o para um único mandato. Uma escala de ascensão ao poder poderá ser feita. Terminando o mandato somente cargos acima nunca mais voltando a ocupar o mesmo. Um exemplo: se sou Vereador, terminado o mandato, só poderei ser Prefeito. Acaba-se com reeleição. Desejo ser Deputado Federal? Eleito, terminado o mandato, só poderei candidatar-me a Senador ou Presidente. Isso limitaria a vida pública evitando o lobby.
Outra questão importante são as quantidades de vagas aos Parlamentos. Se precisa trabalhar 9 dias ao mês é necessária tanta gente assim lá em Brasília, Assembleias Legislativas e Câmaras Municipais? Haverá efeito cascata mediante a decisão do Senado para outras casas legislativas? A letargia popular causará um dano aos cofres públicos. Sinto-me enganado como cidadão ao ver tal medida tomada pelo Senado. A alegação que tais políticos estejam mais próximos de suas bases soa ironia, afinal, qual a função de suas Assessorias?
O Ministério Público, guardião da lei, não questiona tal medida? E o STF? Acha justa e legal tal decisão? Há milhões de pessoas que trabalham diariamente e 8 horas por dia para botar um salário suado em suas casas. Precisamos de novas reflexões sobre nossa Política. Um país unido e consciente poderia mudar esta mazela feita pelo Senado. Acho difícil. O povo pobre pagará para que seus representantes políticos trabalhem menos ganhando o mesmo. Isso é legal e justo?
Encerro meu texto perguntando a cada Senador(a) se realmente possui bom senso. Tem bom senso? Acredito que não. Há um distância entre os representantes eleitos e o povo. Neste suave e tranquilo país não veremos manifestações populares como em Junho de 2013. Veremos sim um povo sofrendo e sustentando regalias de políticos que não cabem mais no século XXI. Temos sérios problemas com nossos políticos e precisamos dar alguma resposta ou seremos esquecidos(as) pela eternidade. Vergonha, Senado! Vergonha!
Vander Roberto é Analista de Sistemas tendo Especialização como Engenheiro de Software com MBE. Atualmente faz duas Especializações em nível superior nas áreas de História Africana/Indígena e Segurança Cibernética. Está desempregado procurando emprego digno enquanto senadores(as) desejam trabalhar 9 dias ao mês.
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