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O Carnaval do Sambódromo precisa mudar
Vander Roberto

O site UOL publicou em 24 de Fevereiro uma matéria falando sobre o prejuízo que a Rede Globo tomou em relação ao Carnaval 2023. Alguns pontos eu já havia conversado entre conhecidos e realmente vai ao encontro daquilo que tenho reclamado: o Carnaval de Sambódromo parou no tempo. Há vários pontos que podem ser levantados entre eles: horário dos desfiles, elitização do produto, muitas alas e alegorias, fórmula de apuração, falta de inovação, muitos jurados para um quesito e etc. Estes dias, conversando aqui em casa, questionei os horários de ensaios nas quadras. Como uma pessoa que trabalha na segunda-feira ficará até 9 horas da noite numa quadra de escola de samba? Horário ruim para ensaiar!

No meu entender o produto é mal vendido a começar pelo horário transferindo as apresentações da noite e madrugada para manhã e tarde. Poderiam começar 10 da manhã e terminar 18 horas. Isto atrairia mais gente para as quadras e interesse em desfilar com alas infantis porque é dia. A Liga SP poderia inovar neste sentido propondo fantasias mais leves, mais baratas dando a possibilidade de quem desfila voltar em horário adequado para casa. A redução de alas e alegorias tendo um desfile mais compacto e limpo com menos jurados (opto por 3) permitiria enredos mais fáceis de serem entendidos e um desfile menos penoso para quem está na passarela. Redução do nu e valorização do samba no pé com julgamento específico neste quesito poderia ser implementado. Neste sentido o casal de Mestre-Sala e Porta-Bandeira não deveriam ser julgados porque são visados caso tais notas definam a campeã. É um quesito muito personificado podendo gerar perseguições futuras. Uma ideia é resgatar a Porta-Estandarte sem avaliação mantendo o conceito de samba raiz.

Nosso Carnaval está perdendo o brilho e engessado faz algumas décadas. Tendo 3 alegorias e um tripé com 12 alas seria o suficiente não passando de 1200 pessoas por escola. Os preços das fantasias é outro empecilho além do horário precisando ser revisto. A Logística da montagem dos(as) participantes deveria ser pensada no Sambódromo tendo uso da tecnologia para identificar quem comprou ou não fantasias e participará do desfile tipo um cartão. O incentivo de escolas mirins em São Paulo é urgente mantendo a formação de base. Há uma visível perda de integrantes pelas novas opções de entretenimento neste período sendo preciso ofertar algo mais.

Quanto a questão técnica nota-se a aproximação da qualidade dos desfiles do Acesso com o Especial. Não é um empobrecimento do Especial e sim um notório crescimento do Acesso. O Vai-Vai e o Camisa em 2023 levaram um desfile no Acesso melhor que muitas escolas que terminaram no meio da tabela do Especial. Isto precisará ser analisado pelas Ligas especialmente São Paulo onde fica perceptível a qualidade do Acesso. As notas do Carnaval da elite no Rio de Janeiro ficaram bem abaixo das escolas paulistanas. É preciso formar um corpo julgador profissional que seja mais rigoroso. Há jurado(a) dando 10 para todas as escolas mostrando uma perfeição que não existe em tudo e ao mesmo tempo. Este refinamento requer treinamento ainda mais detalhado.

O alerta parte de quem já desfilou e frequentou escolas de samba durante décadas. Percebe-se uma "robotização" ano após ano. Eu desejo bons enredos, sambas de enredo melhores (as letras estão ruins em muitos casos havendo até muita reedição de sambas), ampliar as temáticas para assuntos estrangeiros, não quero ver a mulher ser usada com finalidade para atenção machista e sim com mais roupa. Não adianta tentar combater o assédio se a escola de samba promove o nu provocativo. Escolas de samba são formadoras de cidadãos e cidadãs onde busca-se diversas habilidades e discutem-se problemas sociais. O produto escola de samba está mal vendido e o local onde deveria filosofar sobre História, Música, Artes, Literatura, poderá entrar em colapso em breve. Não deixemos isto acontecer.              
       
Vander Roberto é Analista de Sistemas tendo Especialização em Engenharia de Software com MBE. Estuda Especializações em História Africana e Indígena e Segurança Cibernética.


Biografia:

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