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Quando as palavras saem da moda
Giulio Romeo

As palavras saem de moda por várias razões, incluindo o uso excessivo ou desgaste, a mudança dos tempos e da cultura, e a introdução de novas palavras ou frases. Algumas palavras podem ficar obsoletas como resultado da evolução da tecnologia ou da ciência, enquanto outras podem perder a sua religião como resultado de mudanças políticas ou sociais. No entanto, isso não significa que as palavras desatualizadas deixem de ter significado ou importância.

"Palavras de ordem" são expressões curtas e simplificadas que são utilizadas como uma forma de resumir e transmitir um conceito ou uma ideia política ou social importante. Elas são comumente usadas como slogan de campanha ou como forma de chamar a atenção para uma questão ou causa específica. Alguns exemplos de "palavras de ordem" incluem: "Paz", "Justiça social", "Igualdade de gênero", "Meio ambiente", entre outras. Essas frases simples e diretas podem ter um impacto poderoso na forma como as pessoas pensam e agem em relação a questões políticas e sociais importantes. Essas palavras são a primeira fileira do front, mas tem e devem ser transformadas em ações, em atitudes e não só palavras de impacto.

A vida mudou, estamos de volta à barbárie?

Não posso afirmar que o mundo retrocedeu completamente à barbárie, mas é certo que existem desafios e problemas importantes que precisam ser enfrentados, incluindo violência, conflitos, desigualdade e questões de justiça social. É importante lembrar, no entanto, que existem também muitos esforços e iniciativas positivas sendo realizados para melhorar a situação e promover a paz, a igualdade e o bem-estar. O futuro depende do trabalho e da força de todos nós para construir um mundo melhor. Antigamente íamos à luta com mais coragem, mais afinco e hoje, as palavras para muitos “machucam” e onde existia luta por reais mudanças, hoje, existem apenas palavras de ordem que quase não significam nada para a maioria, pois são apenas teorias ideológicas e quase nunca colocadas em pratica.

Infelizmente, muitas vezes as pessoas dizem coisas bonitas sem realmente significa-las ou seguir com ações concretas para apoiá-las. Isso pode ser decepcionante e criar descrença nas palavras ditas. É importante lembrar que as ações falam mais alto do que as palavras e é através delas que as pessoas demonstram seus sentimentos e intenções. Portanto, é fundamental seguir as palavras com ações concretas para construir relacionamentos saudáveis e duradouros.

Os sentimentos são geralmente considerados mais reais do que palavras simples, porque eles vêm do coração e são uma expressão autônoma dos pensamentos e emoção. Somos nesse planeta lindo e abençoado, somos oito bilhões de pessoas, com idiomas e dialetos diferentes, onde palavras significam muito e podem até gerar confiança em muitos aspectos. Somos muitos, com diferentes culturas, crenças, ideologias, diferentes métodos, modus operandi, mas em uma coisa somos semelhantes: Em sentimentos, pois todos choram, todos riem, todos se emocionam por igual e todos, por incrível que pareça, adoram ouvir palavras lindas, sinceras, que tocam de verdade o coração e isso, acontece e se dá em todos os locais da Terra, todos, sem exceção.

Os sentimentos mais profundos e verdadeiros saíram da moda?

Não necessariamente. Embora a sociedade possa influenciar a superfície e a aparência em vez da profundidade emocional, isso não significa que os sentimentos verdadeiros e profundos tenham saído da moda, assim, como muitas palavras e expressões usadas antigamente. Ainda existem muitas pessoas que buscam e valorizam conexões emocionais e expressivas, e que procuram expressar e experimentar seus verdadeiros sentimentos em distintas situações. A arte, a literatura e a música ainda exploram e retratam os sentimentos humanos de maneira profunda e verdadeira, mostrando que eles ainda são relevantes e valorizados por muitos. As palavras podem não ser as mesmas, mas em muitos casos, os sentimentos mais expressivos, mais profundos, ainda existem. Antigamente ofendíamos com simples palavras e hoje, além das palavras, existem os múltiplos significados que elas expressam e que ofendem muito mais.

Emoções surgem de experiências e viver por si só já é uma experiência, e que por muitas vezes fica impossível definir com palavras. Nós enfrentamos momentos felizes, momentos tristes, momentos inusitados e tudo isso promove algo dentro da gente. Palavras de Fé, de agradecimento, de lamento, de decepção, surgem na nossa mente, mas muitas vezes o silencio cala e a dor aumenta, sem palavras para a real definição. Assim sendo, as situações da vida exigem de nós uma resposta: Nossos sentimentos. Existem momentos na vida que nem as mais belas palavras podem transmitir o intenso e forte significado, e para esses momentos cabe o olhar, apenas o olhar, que aprofunda muito mais as emoções, do que simples palavras.

Nem sempre os sentimentos são crus no sentido de que a pessoa em um momento alegre vai sentir apenas alegria. E geralmente, um sorriso, lagrimas de emoção ou um forte abraço bastam para expressar o que talvez, as palavras não consigam. Os sentimentos se manifestam em pares, trios. Por exemplo, você pode sentir amor por uma pessoa e ao mesmo tempo alegria por amá-la. Em uma situação difícil, pode sentir dor ao mesmo tempo que adquire força para seguir em frente, lembrando das palavras de coragem e superação escritas nos livros sagrados ou ditas por entes queridos. Mas o tempo passa, as formas se modificam, avançam, tornam-se mais populares, menos atraentes e palavras como “Eu te amo” “Empoderamento” ou “Gratidão” que são expressadas com sentimento, mas que, em questão de tempo, praticamente estarão fora de moda, em completo desuso, infelizmente.

AMOR... Que palavra bonita, não é? Que sentimento forte, não é mesmo? Mas, quem realmente sabe amar? Amar é desapego. Amar é desinteresse por futilidades. Amar é anular-se em benefício do próximo. Amar é sentir-se feliz com a felicidade alheia. Amar não é acreditar em Deus, mas sim, ter certeza Dele, dentro de você. Amor não é uma simples palavra e sim um sentimento grandioso, que nunca entrará na obscuridade, mesmo que não seja mais admitido em determinados corações e banido dos alfarrábios da existência.

Nosso repertório de palavras para rotular os outros costuma ser maior do que o vocabulário para descrever claramente nossos estados emocionais, por isso, devemos sempre medir as nossas palavras e acatar o silencio por muitas vezes, pois, afinal, se não conseguimos transformar em palavras certas, corretas, em expressões e frases que identifiquem a verdade, não diga nada que ofenda e que seja rotulado como ofensor para sempre.

Existem muitas palavras que podem atingir a alma de uma pessoa, algumas delas incluem: Rejeição, traição, fracasso, abandono, desprezo, humilhação, negação, desamor, injustiça, diferença, etc. No entanto, é importante lembrar que a forma como as palavras são ditas e o contexto em que são usadas também podem ter um impacto significativo na forma como realizado para as pessoas. Por isso, é sempre importante ser gentil e cuidadoso com as palavras que usamos com os outros. Mesmo irritados ou irados, as palavras devem ser sempre filtradas, pois uma interpretação errada pode levar ao caos ou ao inconformismo.

E parafraseando O professor Olavo de Carvalho: “Quando as palavras saem da moda, as coisas que elas designam ficam boiando no abismo dos mistérios sem nome; e como tudo o que é misterioso e inexprimível oprime e atemoriza o coração humano com uma sensação de cerceamento e impotência, é natural que a atenção acabe por se desviar desses tópicos nebulosos e constrangedores. Pois o que desaparece do vocabulário logo acaba por desaparecer da consciência: o que não tem nome não é pensável, o que não é pensável não existe — tal é a metafísica dos animais. Só que a coisa desprovida do direito à existência continua a existir numa espécie de extramundo, inominada e inominável, tanto mais ativa quanto mais secreta, tanto mais temível quanto mais envolta nas pompas tenebrosas do nada. A restrição do vocabulário povoa o mundo de temores e presságios. Desprovido da capacidade de nomear, eis o homem devolvido a todos os terrores que ele imaginava primitivos, mas que são uma pura criação da mais avançada e requintada decadência: o barbarismo artificial”.


Biografia:
Professor de Ciências da Religião, Teólogo e Pesquisador de Ciências ocultas. Procuro a verdade e quero compartilhar meus estudos sobre o comportamento filosófico e religioso de povos e comunidades, que tem a fé, como sustentáculo de sua existência tridimensional.
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