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Economia e Crematística para Aristóteles
Isadora Welzel

A economia e a crematística são duas vias de aquisição de riqueza. No entanto, sua diferença basilar reside no aspecto de que a economia pertence ao âmbito privado da propriedade, relacionado à obtenção de bens para suprir as necessidades humanas no lar, bem como sua respectiva administração, enquanto que a crematística é o acúmulo indefinido de dinheiro que integra atividades ligadas ao lucro, como a cobrança de juros em troca de empréstimos, e o comércio, quando esse não se vincula à troca de excedentes. Isso se deve ao fato de que conforme Aristóteles afirma em seu estudo econômico apresentado na obra “A Política”, a arte de adquirir em excesso não impõe limites à riqueza, o que conduz o indivíduo ao caminho artificial de arrecadação dos bens, considerado condenável e contrário à natureza prezada por ele. A importância dessa diferenciação recai na identificação dos excessos e no juízo do valor de uso em detrimento do valor de troca. Assim, apesar de a crematística ser importante para a manutenção financeira da pólis, já que contribui regulando relações econômicas públicas, seu caráter de interesses degrada os fins do pensamento econômico na sociedade grega e destitui o uso da moeda de sua função primordial como padrão de troca, abrindo espaço para o exercício da usura. Foi a análise com base na realidade que permitiu um despertar ante o fato de que nem todas as relações financeiras são virtuosas, que se diferenciam da economia, posto que essa última tem como fim solucionar as demandas materiais humanas, e nas palavras de Aristóteles, promover utilidades à vida. Ademais, a economia ofereceu bases para que a estrutura hierárquica doméstica permanecesse e mantivesse a ordem, que se expressaria para além do oikos. Essa distinção forneceu as bases para o entendimento do fenômeno do capital na contemporaneidade ao possibilitar a indagação acerca do motivo pelo qual até então o segmento da crematística era tratado de forma sinônima ao termo economia, assim como as reflexões sobre a implicação mútua de ambos na perspectiva cindida em que se encontram, o que propicia um estudo imparcial de suas características e a compreensão de suas divergências.

Disciplina: Economia Política


Biografia:
Além de grande admiradora da escrita e da literatura, sou estudante de Direito na Universidade Federal de Santa Catarina e meu propósito no Recanto das Letras é traduzir conteúdos do mundo jurídico para a comunidade leitora, de modo a propagar conhecimentos sobre o Direito e propor reflexões. 
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Publicações de número 171 até 172 de um total de 172.


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