Cálice do Esquecimento...
Eis que reapareces, relembranças...
Momentos eternos dum beijo
tormentos tão doces e tão amargos
É tarde...
Meu eu antigo
sou incapaz de ressuscitar...
Corpo tombado de anseios,
reclama
De paixão quer de novo delirar
se perder no que se perdeu
queimar-se na chama dum pretenso querer,
que imaginou,
sempre foi seu...
Jocoso, o "eu" de hoje, desdenha:
"Do que te queixas?
Gota a gota desse sonho de amor
depositastes no cálice do esquecimento.
Desse antídoto te embriagastes, lembras?".
Limiar do desejo extrai tão terrível impassibilidade...
“Eu" antigo ressurge tão amante já foi
sem temer órfão amanhã
deixa-se queimar na chama do reviver
Até, ah, ventura da descoberta...
Precisa entender que o tempo é tão professor
quanto a dor...
Tormento banido dos poros,
Apaga as estrelas
Do abuso emocional, desamarrado,
À emoção que se revelava volúvel
deita fogo
Aspirando a química que salva
A cada queda caminha para a vida...
Marisa Costa
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